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O 34.º Guimarães Jazz teve concertos mais participados e transgeracionais

Tiago Mendes Dias
Cultura \ segunda-feira, novembro 17, 2025
© Direitos reservados
O cenário de casa cheia ou plateia bem composta no Centro Cultural Vila Flor foi norma num festival com público de várias gerações. “O festival continua a transmitir uma mensagem”, vinca Ivo Martins.

As últimas notas de “Lumen”, composição que dá nome ao álbum lançado por Danilo Pérez e pela Bohuslän Big Band em 2024, foram também as últimas do 34.º Guimarães Jazz. Os ritmos e os timbres afro-latinos do consagrado pianista panamenho, temperados pelo ensemble instrumental da big band sueca, ecoaram pelo Grande Auditório Francisca Abreu - Centro Cultural Vila Flor - na passada noite de sábado, perante lotação esgotada.

Esse cenário repetiu-se em alguns dos 11 concertos anteriores. E os músicos que não puderam usufruir de casa cheia foram pelo menos brindadas com plateias bem compostas. A maior afluência de público face a 2024 é uma das marcas do evento que decorreu entre 6 e 15 de novembro. “Houve muito mais pessoas, até distribuídas ao nível dos concertos, o que é um sinal interessante para imaginar o futuro. Foi uma boa surpresa”, declara ao Jornal de Guimarães o programador do Guimarães Jazz, Ivo Martins.

O público que afluiu a Guimarães foi diverso; jovens e mais velhos assistiram, lado a lado, aos vários concertos. “Havia um público transgeracional. Havia pessoas novas e pessoas velhas, às vezes misturadas, o que é muito agradável para nós”, acrescenta.

Diretor artístico desde 1996, Ivo Martins enaltece a competência da organização, entregue à cooperativa A Oficina, que eleva a “capacidade de negociação” com agentes e músicos na hora de conseguir os concertos, e também as várias parcerias institucionais que “enriquecem o festival”, com o Centro de Estudos de Jazz de Aveiro, com a Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo, com a Associação Porta-Jazz, com o projeto Sonoscopia ou com a Orquestra de Guimarães, que, neste ano, acompanhou Maria João.

Will Barry (piano), Alex Hitchcock (saxofone) e Dave Adewumi (trompete) no Guimarães Jazz © Paulo Pacheco

Will Barry (piano), Alex Hitchcock (saxofone) e Dave Adewumi (trompete) no Guimarães Jazz © Paulo Pacheco

“O modelo tem a aceitação do público”

Presenteado com um Pequeno Auditório do CCVF repleto no concerto do seu quinteto, o britânico Alex Hitchcock foi o músico convidado para participar nas duas semanas do Guimarães Jazz, protagonizando as várias jam sessions, no Convívio e no Café-Concerto Vila Flor, e orientando as habituais oficinas para jovens músicos e interessados no jazz.

A presença de músicos já rodados no circuito internacional pode despertar o potencial dos jovens portugueses e desencadear contactos que permitam à cena jazzística consolidar-se em Portugal, dando sequência a 30 anos de transformação. “Encontrei nas oficinas de jazz um guitarrista de jazz que já vem há quatro anos às oficinas. Disse que há um grupo de interessados pelo jazz em Fafe, que tem feito algumas coisas. Também me falou de uma associação em Braga. Há circuitos que não controlamos, mas que existem", explica o responsável.

Chegada a hora de refletir, Ivo Martins admite que o mais recente Guimarães Jazz deixou “sinais interessantes” para 2026, ano da 35.ª edição, um número redondo, que incentiva a fazer “mais e melhor”, sem descaracterizar a essência do evento: "O festival continua a transmitir uma mensagem. É um festival de divulgação. Não somos um festival de estilo ou de tipo. Somos um festival aberto, múltiplo, de divulgação. É um modelo que tem concordância e a aceitação do público".

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