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Acesso ao Multiusos e “PRR Guimarães”: críticas à política rodoviária em AM

Tiago Mendes Dias
Política \ terça-feira, outubro 04, 2022
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CDU lamenta dispersão fomentada pelo PS em 32 anos de poder e sugere acesso da variante de Creixomil para facilitar acesso. PSD vinca que os principais eixos viários continuam por resolver.

A discussão do reconhecimento de interesse público da ligação à cidade desportiva e à rua de Reboto levou a bancada da CDU na Assembleia Municipal, pela voz do deputado Torcato Ribeiro, a criticar a Câmara Municipal de Guimarães por causa da dispersão que afeta o território vimaranense e que constrange o planeamento urbano.

“Guimarães é um concelho com desenvolvimento disperso. Entre campo e cidade, há zonas muito dúbias na sua classificação. Há casas por todo o lado, onde não deviam estar algumas, mas estão, e há verde que muitas vezes não tem dimensão para ser assim considerado. A dispersão também tem a ver com a não planificação devida ao desenvolvimento da periferia”, começou por dizer o comunista, na segunda parte da sessão descentralizada realizada em Pevidém, na sexta-feira.

O responsável criticou o facto de se adaptarem antigos caminhos de carros de bois para a circulação rodoviária, nalguns casos apenas de um sentido, e vincou que a opção do município sobre o acesso entre a rotunda do Reboto e a Alameda dos Desportos, “tentando tornear casas com alguma idade”, não é a mais adequada.

“Fazia sentido que a Câmara Municipal de Guimarães e o seu executivo pensassem na alternativa. Penso que ainda vão a tempo de uma entrada e de uma saída para a variante de Creixomil, na zona onde está o supermercado Aldi. O acesso não obriga a ter um oito, num sítio onde há um terreno à venda que não é agrícola. É para construção. Não há quebra em relação ao ambiente”, disse.

A partir do exemplo de uma habitação construída na rua das Mondas, na vizinhança da cidade desportiva, que “não respeita o espaço junto à rua”, Torcato Ribeiro lamentou ainda que o território esteja “pejado de casas”, algumas delas onde não deviam.

 

Tramo no Reboto é mais um “penso rápido” do “PRR Guimarães”

Para Alexandre Barros da Cunha, do PSD, a hipótese de ligação entre a rotunda do Reboto e a Alameda dos Desportos é mais uma “importantíssima etapa” do “plano de remendos rodoviários (“PRR”) de Guimarães”, que tem falhado em “soluções concretas” para o território, apesar do que “sobra em estudos e projetos”.

“Esta proposta é mais um penso rápido para a falta de resposta ao problema maior do tráfego rodoviário em Guimarães (…). A pressão rodoviária sobre vias de comunicação secundárias, de distribuição em pequena escala, ou capilares, até tem aumentado sucessivamente face à ausência de respostas na rede viária principal”, vincou, na sua intervenção durante a AM.

Enquanto os eixos cidade-Taipas, cidade-Brito e Ronfe, e ainda cidade-Moreira de Cónegos e Lordelo continuam por se resolver num território em que dois terços da população vive fora da cidade, a Câmara propõe um “remendo pelo meio do campo, junto a uma paisagem bucólica, para tentar resolver um estrangulamento evidente, sem resolver o problema maior”, vincou.

As críticas estendem-se ao nó de Silvares; “gastaram-se 2,5 milhões de euros para resolver meio problema”. “O PRR Guimarães tem de se transformar num plano rodoviário estratégico de Guimarães, que responda às necessidades de um concelho de progresso, porque os problemas não se resolvem aos quatros, nem às metades", exigiu.

 

Bragança diz que alternativas da oposição têm mais custos agrícolas e ambientais

Em resposta a Torcato Ribeiro, Domingos Bragança frisou que a solução preconizada pela CDU custa muito mais área de “reserva agrícola” do que a prevista pela Câmara e lamentou a visão dos comunistas e ecologistas focada na cidade. “Este olhar central para a cidade também não é bom, porque esta requalificação vai servir Santiago de Candoso, Mascotelos e São Martinho de Candoso. Não percebi o porquê de apoucar a intervenção importante da rotunda do Mouril à rotunda do Reboto”, disse.

Quanto à intervenção de Alexandre Barros da Cunha, o presidente da Câmara lembrou que o PSD chumbou a via do Avepark, a seu ver “eixo estruturante para a zona norte do concelho”. Vincou também que é preciso resolver “estrangulamentos que vêm do passado, intervindo o mínimo no território, para se conseguir fluidez de trânsito”. O autarca reconheceu, no entanto, que Guimarães precisa de espaços industriais e habitacionais, sem prejudicar “a dimensão ambiental”, algo que crê estar vertido na revisão do PDM em curso.

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