
Agressão ao árbitro nas Taipas. Clube suspende jogador e arbitragem repudia
A confusão e as agressões ocorridas ao minuto 70 do jogo entre Caçadores das Taipas e Arões, realizado neste domingo no Campo do Montinho, tiveram repercussão regional e nacional, com manifestações de repúdio, de desculpa e de exigência de medidas para aumentar a segurança nos desafios da Associação de Futebol de Braga.
Uma falta junto à linha lateral espoletou muitos protestos dos adeptos taipenses na bancada, numa altura em que a arbitragem de Ricardo Ferreira estava a ser contestada. Durante a confusão que se seguiu entre atletas, o guarda-redes do CC Taipas, Marco Pinto, agrediu um jogador do Arões, viu o cartão vermelho direto e dirigiu-se depois ao árbitro Ricardo Ferreira para o agredir. Depois de ser atingido, o juiz da partida correu para o balneário, acompanhado pelos assistentes Daniel Vale e André Duarte. Pouco depois, o trio de arbitragem deu a partida por encerrada, quando a formação do concelho de Fafe vencia por 1-0.
A direção do Clube Caçadores das Taipas reagiu ao episódio com a suspensão do guarda-redes de 37 anos de “qualquer atividade relacionada com o clube”, pediu “desculpas ao árbitro Ricardo Ferreira e a toda a sua equipa”, bem como ao Arões SC, que “se apresentou como um digno adversário”, e reconheceu ainda que “não há justificação para qualquer tipo de violência dentro ou fora dos relvados”.
Conselho de Arbitragem pede punição. Núcleo de árbitros anuncia boicote
Antes do comunicado do emblema verde e branco, o Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Braga manifestou o “mais profundo repúdio pela inaceitável e vergonhosa agressão sofrida pelo árbitro Ricardo Ferreira e expressou “total solidariedade” para com o juiz do Núcleo de Árbitros de Futebol do Cávado.
Em comunicado, o órgão vincou que “o respeito por todos os intervenientes no fenómeno desportivo é inegociável” e pede punição severa para a agressão. “Apelámos às entidades competentes para que a agressão seja severamente punida, servindo como um exemplo de que atos desta natureza não podem, em hipótese alguma, ser tolerados”, refere ainda o comunicado.
Já o Núcleo de Árbitros de Futebol do Cávado, sediado em Amares, de que Ricardo Ferreira é associado, anunciou o boicote aos jogos do CC Taipas até ao final da temporada e a todos os restantes jogos da Associação de Futebol de Braga enquanto não forem adotadas medidas como policiamento obrigatório.
“O NAF Cávado vem, por este meio, boicotar a presença dos seus associados em todos os jogos das competições da Associação de Futebol (AF) de Braga, até que medidas sérias sobre segurança nos encontros seniores e juniores sejam tomadas, nomeadamente a presença obrigatória de policiamento”, refere o comunicado divulgado pelo núcleo sediado no concelho de Amares, através das redes sociais.
O organismo exigiu também o “aumento do número mínimo aceitável para segurança por assistentes de recinto desportivo”, que, em jogos da AF Braga para a época 2024/25, é de dois elementos, e “o enviesamento total da utilização de pontos de contacto de segurança”, que têm de ser, no mínimo, três.