Alanzinho teve vitória do Moreirense nos pés, mas atirou-a para as nuvens
O jogo caminhava para o fim, e o Moreirense pressionava com tudo o que tinha em busca do triunfo; os cruzamentos sucediam-se, de um flanco e do outro, mas as bolas esbarravam quase sempre no trio defensivo do Rio Ave, talvez o setor que mais sobressaiu nos vila-condenses ao longo da partida. Mas a brecha pareceu finalmente aparecer, quando Vinicius Mingotti ganhou espaço para entrar na área pela esquerda e foi derrubado por Josué.
Estava ali a grande oportunidade para dar o triunfo ao Moreirense e, mais do que isso, o quinto lugar provisório, precisamente na semana em que o emblema verde e branco concluiu pela primeira vez o licenciamento para disputar as provas da UEFA. O criativo Alanzinho, saído do banco aos 66 minutos, foi o homem chamado a converter o castigo máximo. Frente a frente com Jhonatan, o médio quis atirar para o meio da baliza, mas a bola parou na bancada onde se encontravam os adeptos do Rio Ave. Esfumava-se assim uma oportunidade de ouro para o segundo êxito consecutivo.
Depois das mudanças na bem sucedida viagem ao Algarve, a estabilidade: o Moreirense apresentou-se para a receção ao Rio Ave com o mesmo onze do triunfo sobre o Farense. O domínio dos primeiros minutos de Faro deu, todavia, lugar a uma fase inicial em que a cautela foi a nota dominante: passes curtos entre os elementos da retaguarda, equipas com tração atrás, quase sempre atrás da linha da bola, à espera de uma distração que, do nada, se transformava em explosão rumo à baliza adversária.
Bem organizados com a bola e sem ela, cónegos e rioavistas foram comedidos nas ações, proporcionando 25 minutos em que o perigo rareou: a exceção foi a jogada individual de João Camacho, a culminar no remate ao lado, ainda no primeiro quarto de hora.
O embate agitou-se na fase mais tardia da primeira parte, com o Moreirense a impor-se ao Rio Ave, fruto da maior verticalidade ofensiva e da qualidade de passe do trio do meio-campo, nomeadamente a lançar em profundidade os elementos mais adiantados, como se viu ao minuto 33, quando Camacho se viu perante Jhonatan, à beira da linha final, já depois do remate ao lado de Luis Asué e do cabeceamento potencialmente perigoso de Carlos Ponck, que o ex-Moreirense Jhonatan agarrou.
Os segundos 45 minutos decorreram sob uma toada parecida: um início repartido, embora com muitos mais erros do que no arranque do jogo, e um crescimento gradual do Moreirense, principalmente depois do remate de Vrousai, o único aviso dos vila-condenses para a baliza de Kewin Silva, aos 65 minutos. A formação de Rui Borges instalou-se no meio-campo adversário, tentou visar a baliza de Jhonatan de todas as maneiras, mas sempre com ineficácia, até quando ficou na cara do seu antigo guarda-redes na marca dos 11 metros.