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Com vários títulos, Alberto Lopes cresceu no Clube Industrial de Pevidém

Tiago Mendes Dias
Desporto \ terça-feira, julho 25, 2023
© Direitos reservados
Titulado e medalhado em várias disciplinas de tiro, atleta de 25 anos competiu pela primeira vez aos 12 anos, em Espanha, e elogia o facto de o clube de 90 anos garantir sempre companhia nos treinos.

“Legalmente, comecei a disparar aos 14 anos. É a idade em que se pode obter a licença. Com 10 anos, disparei o meu primeiro tiro lá, acompanhado pelo meu pai. Em Espanha, em 11 ou 12 anos, já atirava em provas. Lá facilitam mais quanto à idade”, conta Alberto Lopes Júnior, ao recordar o início de uma história que o une ao Clube Industrial de Pevidém há mais de uma década.

Com 78 títulos nacionais e 34 internacionais em 90 anos de história, o emblema fundado em 21 de julho de 1933 alberga campeões de várias gerações – José Marques Rodrigues, na década de 40 do século XX, Eduardo Jordão, na década de 70, José Varela, Marino Machado, Daniel Teixeira ou Manuel Vieira da Silva, que participou nos Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim, quando representava o clube. Agora os nomes que arrecadam títulos e medalhas para o clube que recentemente assinalou o 90.º aniversário são outros – a transmontana Cidália Fernandes sagrou-se campeã mundial de TRAP5, em tiro aos pratos, no ano passado, e Alberto Lopes Júnior é medalhado no tiro ao voo.

Terceiro classificado no campeonato do mundo de 2019, precisamente disputado em Pevidém, campeão nacional em 2022 e vice-campeão por seleções neste ano, no mundial que se disputou em Guadalajara (México), num trio ainda formado por Ricardo Colaço (Clube de Tiro de Rates) e Ricardo Caneco (Clube de Tiro e Caça de Elvas), o atirador de 25 anos pratica todas as variantes do tiro.

Em 2022, foi oitavo classificado no mundial de TRAP5, em Mira, precisamente aquele que Cidália Fernandes venceu na designada categoria de Senhoras. E, neste ano, venceu uma das provas do campeonato nacional da categoria agora designada Fosso Universal – disciplina em que os pratos são lançados a distâncias do atirador entre 60 e 75 metros por cinco máquinas. A variante rainha do tiro aos pratos é o Fosso Olímpico, que, como o nome indica, faz parte dos Jogos Olímpicos.

Apesar de praticar, Alberto Lopes Júnior não se vê a utilizar todo o seu tempo para o desporto nessa disciplina, por forma a eventualmente participar nuns Jogos. “Obriga a muito treino. Podia ter tempo para isso, mas nunca me dediquei a 100%. Nunca tive o interesse de me dedicar ao Fosso Olímpico, o que permite ir aos Jogos Olímpicos. Já fiz algumas provas, os resultados foram bons, mas nunca tive o interesse de me dedicar apenas ao Fosso Olímpico”, confessa.

 

“É sempre bom chegar a um sítio e ter alguém com que se pode treinar”

Alberto Lopes Júnior atira desde a adolescência – foi vice-campeão europeu de juniores em Sevilha, no ano de 2011 -, mas a ligação ao Clube Industrial de Pevidém é umbilical. O pai é sócio e o bisavô foi um dos fundadores.

Além de enaltecer a instituição pelos títulos e pelo espaço que detém – uma instalação com cinco campos a funcionar desde 23 de maio de 1974 -, Alberto Lopes Junior elogia o Clube Industrial de Pevidém pelas condições de treino, nas quais se inclui o facto de os atletas nunca treinarem sós.

“É um clube em que uma pessoa tem sempre companhia para treinar, o que é muito bom”, vinca. “Noutros clubes, uma pessoa chega lá e sente-se só. O CI Pevidém é conhecido por as pessoas saberem que terão sempre companhia no treino e as melhores condições para atirar às hélices ou aos pratos. É sempre bom chegar a um sítio e ter alguém com que se pode treinar, um treino só é desgastante”.

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