Govorov: “Optei pelo Vitória depois de falar com o Rui Costa”
Recordista mundial dos 50 metros mariposa desde 01 de julho de 2018 e campeão europeu da categoria em duas ocasiões – Londres 2016 e Glasgow 2018 -, Andrii Govorov comprometeu-se a representar o Vitória SC nas provas de clubes até dezembro de 2024, pelo que vai cumprir o ciclo olímpico para Paris 2024 de preto e branco. A treinar no Centro de Alto Rendimento do Jamor desde 09 de janeiro, o nadador ucraniano falou com o selecionador nacional Alberto Silva – “Albertinho” – acerca dos “vários clubes” que poderia representar e escolheu o Vitória SC, um estreante na 1.ª Divisão Nacional de clubes, cuja próxima edição se realiza a 06 e 07 de abril de 2023, após uma conversa com o seu treinador, Rui Costa.
“Optei pelo Vitória depois de falar com o Rui Costa, o treinador. Compreendemo-nos bem. Percebi que não só o facto de representar o clube, mas também o meu conhecimento poderia ajudar. Pensei sobre as condições em que iria trabalhar e desloquei-me a Guimarães. Encontrei um clube com boas pessoas, num sítio muito agradável. Poderemos criar uma boa parceria para alcançar melhores resultados para o clube”, revelou, em declarações à Agência Lusa.
Apesar de passar a maior parte do seu tempo no Jamor, o atleta vai estar em “comunicação permanente” com o Vitória, esperando ajudar os restantes nadadores do clube com o seu “exemplo” e a sua “experiência”, bem como “aprender com eles”.
“O fator mais importante na minha decisão de representar o Vitória foi a forma “familiar” como discutimos todos os detalhes da nossa eventual relação. Senti as pessoas interessadas em mim, nas minhas qualidades e nos meus resultados. Enquanto atleta, é importante representar um clube que tenha valor e identifiquei-me com aquilo que o Vitória representa”, referiu, em declarações ao sítio oficial do Vitória.
Com 32 medalhas em competições internacionais - sete de ouro, 10 de prata e 15 de bronze -, Andrii Govorov rumou a Portugal no início deste ano para treinar com o brasileiro Alberto Silva, aconselhado pelo antigo treinador principal, o também brasileiro Arilson Soares da Silva. A invasão a larga escala da Ucrânia pela Federação Russa, lançada a 24 de fevereiro de 2022, obrigou-o a procurar outros lugares para treinar no seu país, a trabalhar com cinco treinadores em busca do melhor rendimento e até a “deixar a sua casa” em Dnipro, a quarta cidade mais populosa da Ucrânia, no leste do país.
O nadador crê ter o “dever” de representar a Ucrânia ao “mais alto nível” através do desporto, “uma das formas de representação nacional não violenta”, enquanto confessa o “grande choque” pela invasão movida pelos vizinhos russos. ninguém queria acreditar que a Rússia pudesse atacar de forma tão violenta, matando civis, num país em que eles diziam ser uma nação irmã. Eu sou natural do leste da Ucrânia, onde se fala russo, e posso garantir que, de onde venho, 99% da população não apoia a Rússia e esta guerra”.
