Jardim do Museu de Alberto Sampaio está imerso em Monet e em Klimt
Caiu a noite no jardim do Museu de Alberto Sampaio e as esculturas de orquídeas e de árvores japonesas iluminaram-se para o espetáculo que se seguia: uma imersão nas obras de Claude Monet, um dos célebres pintores impressionistas do final do século XIX, e de Gustav Klimt, autor simbolista da transição entre o século XIX e o século XX. Inspirado no jardim da casa de Giverny, onde Monet pintou, esse trabalho escultórico acompanhou as projeções das pinturas na parede medieval e o som ambiente que envolve o espetáculo. Antes exibido em Lisboa e no Porto, o espetáculo “Arte no Jardim: Monet & Klimt” teve a antestreia nesta quinta-feira e abre ao público esta sexta, a partir das 21h30, estando em exibição até 17 de setembro.
““Esta é uma parceria com a Direção Regional de Cultura do Norte, por intermédio de Isabel Fernandes [diretora do Museu de Alberto Sampaio”, adianta o produtor executivo do espetáculo, Eduardo Canessa. “Isto nasceu de uma vontade nossa em criar algo para Guimarães, porque gostamos da cidade. Pensamos que este espaço era ótimo e apresentamos um espetáculo baseado no “Impressive Monet e Klimt”, que já apresentámos nas outras duas galerias. Foi adaptado para este pequeno jardim de Giverny”, prossegue o responsável pelo ateliê Ocubo.
A “leve referência às orquídeas e às árvores japonesas”, inspirações para as obras quer de Monet, quer de Klimt, acompanha um espetáculo multimédia que também teve declamação de poesia, por dois atores vimaranenses: Inês Lago e João Ventura declamaram o poema “Quando vier a Primavera”, de Fernando Pessoa, e um excerto de “Húmus”, de Raul Brandão, escritor que viveu grande parte da sua vida em Guimarães.
“Porta de entrada para um público menos habitual”
Presente na antestreia, a diretora do Museu de Alberto Sampaio revelou ter sido “facílimo” atrair o espetáculo para Guimarães, já que foi o ateliê Ocubo a propor a iniciativa, e espera ver este modelo de espetáculo imersivo repetido. “A ideia dos próximos anos é a de ter temáticas relacionadas com a cidade e com o museu”, referiu Isabel Fernandes. A também diretora do Paço dos Duques de Bragança referiu ainda que era impossível organizar o espetáculo naquele espaço. Privilegiou-se o jardim, um espaço “fantástico”, disse.
Ao lado da responsável pelos museus sob a tutela da DRCN, o vereador Paulo Lopes Silva vincou que o espetáculo pode atrair novos públicos, por vezes “não tão predispostos a entrar” num espaço como o Museu de Alberto Sampaio. “Chegámos a uma exposição forte, que visualmente é capaz de atrair um público diferente daquele a que estamos habituados. A própria intensidade das luzes e das cores será uma porta de entrada para um público menos habitual de um museu e para conhecer a obra de dois artistas importantes”, vincou.
A ideia é partilhada por Eduardo Canessa: “Através de um espetáculo audiovisual, é possível dar a conhecer estas obras a pessoas, que, ou por falta de interesse ou por não se sentirem muito ligadas a este ambiente cultural. Com uma linguagem muito mais moderna, as pessoas sentem-se atraídas, veem o espetáculo, conhecem as obras e podem sair com interesse”.