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Aprovado plano de gestão da Zona de Couros para cinco anos

Tiago Mendes Dias
Política \ segunda-feira, maio 03, 2021
© Direitos reservados
Documento é exigência da Comissão Nacional da UNESCO para a candidatura a estender àquela zona a área classificada em Guimarães como Património Mundial.

A Câmara Municipal de Guimarães aprovou nesta segunda-feira, em reunião do executivo municipal, a elaboração de um plano de gestão para Couros entre 2021 e 2026, enquanto passo a cumprir na candidatura daquele espaço vinculado ao trabalho dos curtumes a Património Mundial da Humanidade.

A proposta, discutida e votada favoravelmente por unanimidade, indica que a divulgação e a consulta pública do documento devem ocorrer até ao final de maio, estando prevista para junho a revisão do documento, para julho a submissão do plano a reunião de Câmara e a novembro ou dezembro a submissão do plano de gestão à Assembleia Municipal.

O documento vai ao encontro das recomendações da Comissão Nacional da UNESCO a propósito da entrega da candidatura a Património Mundial do centro histórico de Guimarães, já classificado desde 2001, e de Couros, entregue em janeiro. Apesar de, segundo a agenda da reunião de Câmara, a proposta ter sido considerada “sólida e de muita qualidade, bem desenvolvida e sustentada”, a comissão apontou a falta de um plano de gestão do Bem Património Mundial, mesmo na área já classificada.

O município respondeu com a apresentação de um “sistema de gestão documentado”, mas o Grupo de Trabalho do Património Mundial considerou a medida insuficiente, o que levou a elaboração do plano de gestão.

Em conformidade com o que se lê na proposta, o vereador com o pelouro do Urbanismo, Fernando Seara de Sá, defendeu que este plano merece a “participação e a apropriação coletiva”, envolvendo os vimaranenses na discussão da cidade que querem daqui a 20 anos.  “Espero um momento de reflexão sobre o que queremos que a cidade seja. Temos de trazer os novos temas sobre o qual a cidade deve ser pensada. Temos de falar em centro da cidade e não só em centro histórico”, frisou.

Convicto de que Couros tem os requisitos necessários para se tornar Património Mundial, por encerrar “valores universais” enquanto área que perpetua a memória do trabalho em torno do antigo burgo muralhado, Seara de Sá disse que o património pode ser entendido como “exemplo da economia circular”, por transmitir uma “perceção do que pode ser feito a partir do que já existe”.

A proposta aprovada sublinha, aliás, que o plano deve “tocar nos aspetos fundamentais associados aos valores do bem”, a nível de urbanismo, arquitetura, construção e autenticidade, identificar formas de “partilha do conhecimento e da cultura associados ao Património Mundial” e garantir a limpeza e a conservação do espaço público, bem como dos edifícios.

 

“Mais vale tarde do que nunca”

Pela voz de Ricardo Araújo, a coligação Juntos por Guimarães (PSD/CDS-PP) elogiou um documento que catalogou de “interessante e bem elaborado”, quer do ponto de vista político, quer do ponto de vista técnico, realçando o papel do arquiteto Ricardo Rodrigues, responsável do município pela Zona de Couros, mas lembrou que o plano de gestão é sugerido pela Comissão Nacional da UNESCO desde 2000, ainda antes do centro histórico receber a distinção de Património Mundial da Humanidade. “Teria sido útil que Guimarães tivesse há mais tempo este plano de gestão, mas mais vale tarde do que nunca”, disse o vereador social-democrata, após a reunião.

Em concordância com Seara de Sá, Ricardo Araújo frisou que o documento é “estruturante” não só para o centro histórico, como para se “repensar a cidade a 10, 15 ou 20 anos de distância”, e reconheceu os “passos importantes” dados nos últimos meses relativamente à classificação de Couros. Para o membro do PSD, o processo nem sempre decorreu dessa forma. “Este processo foi anunciado em 2013. Parece que este processo andou a marcar passo durante muito tempo. Isso deveu-se à ausência de prioridade política a este processo”, considerou.

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