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Arquiteta Andreia Garcia vai representar Portugal na Bienal de Veneza

Redação
Cultura \ segunda-feira, dezembro 19, 2022
© Direitos reservados
Arquiteta e curadora que nasceu e cresceu em Guimarães acabou por ser a selecionada para uma das mais reputadas exposições internacionais de arte.

A arquiteta e curadora vimaranense Andreia Garcia, que estava entre os três convidados pela Direção-Geral das Artes (DGArtes) para concorrer à representação de Portugal na Bienal de Veneza de arquitetura 2023, foi selecionada para ser curadora do pavilhão de Portugal.

A curadoria principal está ao cargo da vimaranense com os curadores adjuntos Ana Neiva e Diogo Aguiar.

O projeto FERTILE FUTURES, de Andreia Garcia, defenderá, entre Portugal e Veneza, "a pertinência do contributo da Arquitetura no redesenho do futuro descarbonizado, descolonizado e colaborativo, respondendo diretamente à convocatória de Lesley Lokko, partindo de uma aprendizagem que convoca o contexto africano, como outros que há muito testemunham condições climáticas extremas", escreve a Space Transcribers.

Os projetos ao concurso - que decorre até ao dia 25 de outubro - devem relacionar-se com o tema "O Laboratório do Futuro", proposto pela curadora geral da Bienal, Lesley Lokko. A Bienal de Arquitetura de Veneza, em Itália, vai decorrer entre 20 de maio e 26 de novembro do próximo ano, com uma pré-abertura a 18 e 19 de maio, e cada país apresenta a sua própria exposição nos Pavilhões dos Giardini e do Arsenale, e no centro histórico de Veneza. Na edição anterior, Portugal foi representado na bienal com o projeto “In Conflict”, do coletivo de arquitetos depA, para responder à pergunta colocada pelo curador, Hashim Sarkis, sobre “Como vamos viver juntos?”.

Andreia Garcia, que nasceu e cresceu em Guimarães, é autora da instalação artística “Fórum”, patente na Plataforma das Artes, que se fundamenta na imersão com a memória do lugar do antigo Mercado: um espaço com “características comuns” entre várias cidades europeias e que pode funcionar como uma “espinha dorsal” de uma urbe, “não só no desenho urbano, mas também no desenho social dos cidadãos”, daí o “interesse em recuperar a herança” daquele que habitou, em Guimarães.

A também vice-presidente da Faculdade de Engenharia da Universidade da Beira Interior dizia ao Jornal de Guimarães, em agosto, que da “vontade de observar a relação com o passado”, que é também parte da “sua história”, se sustenta a instalação que ali se ergueu. “Há aqui um papel de fórum na representação do legado do mercado, que deu origem não só à narrativa, mas também ao título”, referia.

Andreia Garcia fundou o atelier Architectural Affairs, sito no Porto e coordenou o projeto Smaller Cities na Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura. O seu doutoramento em Arquitectura pela Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa (FAUL, 2015) recebeu o Prémio Manuel Tainha para a melhor tese de doutoramento em Arquitectura em 2014/2015 pela FAUL, e foi subsequentemente publicado num livro intitulado "Espaço Cénico, Arquitectura e Cidade" em 2016.

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