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As “pontes” de Lucinda Palhares ajudaram o CFFH a chegar ao topo

Bruno José Ferreira
Cultura \ sábado, setembro 16, 2023
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Docente liderou o Centro de Formação Francisco de Holanda 11 anos, saindo com um voto de louvor. Foi na “construção de pontes” que o seu trabalho se destacou.

Docente liderou o Centro de Formação Francisco de Holanda 11 anos, saindo com um voto de louvor. Deixa as escolas que fazem parte do centro “conectadas” e com “canais abertos” que tornam todo o processo mais simples. Foi na “construção de pontes” que o seu trabalho se destacou.

Lucinda Palhares, professora que nos últimos 11 anos – desde outubro de 2012 – esteve à frente dos destinos do Centro de Formação Francisco de Holanda (CFFH), termina o seu ciclo enquanto diretora, sendo reconhecida com um voto de louvor por parte do Conselho de Diretores do Centro de Formação Francisco de Holanda, publicado em Diário da República. São apresentados valores como “competência, invulgar dedicação, resiliência, cordialidade, eficiência e exemplar postura” para que a docente natural de Fermil – Celorico de Basto, mas já com “várias costelas vimaranenses”, ajudasse a fazer do CFFH “uma referência local, regional e nacional”, tal como se pode ler no voto de louvor.

“Isto é a minha cara”, dá conta ao Jornal de Guimarães, sustentando que teve um “grande professor”, Jorge Nascimento, a quem sucedeu na direção da entidade. “Faz parte do meu perfil esta parte comunicacional, relacional, a parte humana de falar com as pessoas. Trabalhar interpares, e aqui tinha um terreno propício para isso; penso que ajudou a que se mantivessem os bons indicadores do centro”, refere. Com 43 anos de serviço, antes de se dedicar ao CFFH, Lucinda Palhares foi presidente do Conselho Executivo da Escola de Briteiros, sendo que já aí exercia funções de assessora e consultora do CFFH.

A modéstia leva-a a referir que apenas “resolve situações”, dizendo que deu seguimento ao que já se fazia. “Nunca tinha pensado” em fazer um balanço da sua liderança, mas traça-o de forma “positiva”. É na “partilha” e na promoção da “interação informal” que sente que o seu trabalho acrescentou valor ao CFFH. “Tento fazer pontes entre as pessoas, e isso tem ajudado muito no crescimento de redes informais no trabalho, mesmo entre escolas. Penso que “as escolas estão enriquecidas, com canais abertos e conectados, o que é uma mais-valia para o centro”, sustenta, dizendo que existe no centro, há quatro anos, um “e-book de boas práticas, se assim podemos dizer, dando a conhecer o que cada escola faz, o que incentiva as outras”.

 

Projeto Erasmus, seminários e internacionalização da Elo como legado

O CFFH proporciona formação contínua aos professores, algo necessário para as progressões na carreira. Conta no seu histórico, segundo o site oficial do centro, com 398 formadores, 414 ações e 5635 docentes a envolver 13 agrupamentos. “Temos superado os indicadores que contratualizamos, tanto a nível formandos como a nível de satisfação”, indica Lucinda Palhares. “Temos, como equipa, levado tudo a bom porto, com bons indicadores, tal como já havia sido antes”, complementa a docente que, em virtude das funções que tem vindo a assumir, está “fora das salas de aula desde 2003”.

Como legado da sua direção do CFFH, Lucinda Palhares destaca dois projetos. Um deles é o projeto Erasmus, de que “não há exemplo a nível nacional”: “Fizemos um consórcio as três escolas, enquanto que os outros centros fazem as candidaturas através das CIM. Somos autónomos, temos um projeto próprio também com bons indicadores”, ressalva. O outro projeto implementado na sua liderança, logo em 2012, diz respeito à organização de seminários que têm conseguido atrair “pessoas de topo a nível nacional, desde investigadores a pensadores”, sendo “um projeto sério, muito bem pensado e estruturado”. Augusto Santos Silva, presidente da Assembleia da República, por exemplo, esteve presente na última edição.

Lucinda Palhares destaque ainda a continuidade da Revista Elo, uma publicação do CFFH totalmente elaborada pelo centro, que “já era boa e continua com muita qualidade”. “Internacionalizou-se comigo”, atira com sorrisos, dando conta da publicação de artigos de autores quer de Espanha quer do Brasil. “Há muitos investigadores que consultam e, mesmo não sendo uma revista científica, é referenciada”, destaca.

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