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Atraso no Avepark dita obras em Azurém e arrasta projeto do supercomputador

Redação
Ciência & Tecnologia \ terça-feira, março 07, 2023
© Direitos reservados
Sem o centro de dados do Avepark operacional no prazo previsto, o Governo teve de abrir concurso público para realizar obras e instalar o Deucalion em Azurém, explicou a tutela à Agência Lusa.

Alvo de um investimento de 20 milhões de euros, o Deucalion, um dos quatro supercomputadores que irão funcionar em Portugal, sob coordenação da Fundação para a Ciência e Tecnologia, está a ser instalado no campus de Azurém da Universidade do Minho. O centro operacional deveria começar a funcionar no início de 2022, no designado Minho Advanced Computing Centre (MACC), projetado para o Avepark, em Barco, mas a instalação não ficou disponível a tempo do projeto, o que obrigou o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior a abrir um concurso para realizar obras em Azurém, com subsequentes atrasos na execução do projeto.

“O data center inicialmente previsto para acolher o computador não ficou disponível a tempo de se implementar o projeto, levando à necessidade de determinar um novo edifício para acolher o Deucalion e à execução de obras necessárias para a sua adaptação, que requereram a realização de um concurso público para adjudicação, pelo que foram estes os fatores que mais contribuíram para o atraso”, explica à Agência Lusa o ministério liderado por Elvira Fortunato.

Capaz de executar 10 milhões de biliões de cálculos por segundo, o equipamento financiado em 35% pela União Europeia e em 65% pela Fundação para a Ciência e Tecnologia vai permanecer em fase de testes até ao final de julho, ficando posteriormente disponível para a comunidade científica nacional. “O atraso na instalação do Deucalion, face às previsões iniciais, deveu-se a alguns imponderáveis que surgiram no decurso desta fase inicial do projeto”, acrescenta a nota enviada pela tutela.

O ministério cita ainda “atrasos no fornecimento de equipamento, resultantes das perturbações das cadeias de fornecimento que atualmente se verificam”, ao longo de um processo “acompanhado e desenvolvido em estreita articulação com os responsáveis do consórcio europeu EuroHPC [European High-Performance Computing Joint Undertaking]”.

Em comunicado divulgado em fevereiro de 2021, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior dava conta de que o contrato de aquisição para o novo supercomputador ‘petascale’ EuroHPC foi assinado entre a European High-Performance Computing Joint Undertaking (EuroHPC JU), a FCT e a Fujitsu, empresa fornecedora da tecnologia.

“A máquina usará a tecnologia ARM, que se trata do Fujitsu A64FX CPU, usado pelo Fugaku, o supercomputador mais rápido do mundo atualmente”, lia-se na nota, sublinhando que “o Deucalion permitirá o desenvolvimento de um contexto único e inovador para aplicar os princípios europeus e mundiais da computação verde”; está previsto que a tecnologia seja exclusivamente alimentada por fontes de energia renováveis.

Fonte do ministério referiu, nessa ocasião, à Lusa que o primeiro supercomputador entrou em funcionamento em Portugal em 2019 e denomina-se BOB.

Citado no comunicado, o então ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, afirmava tratar-se “da concretização de um objetivo importante durante a Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia”.

Manuel Heitor dizia que era “um passo em frente para envolver todas as regiões na ampla rede europeia de supercomputação”, permitindo que “as infraestruturas digitais promovam novas fronteiras de conhecimento em várias disciplinas e em direção a um futuro melhor e mais verde”.

A então presidente da FCT, Helena Pereira, afirmou, por seu lado, que “este novo supercomputador integrará aplicações em diversos domínios, incluindo inteligência artificial, medicina personalizada, criação de medicamentos e materiais, bioengenharia, observação da Terra e combate às alterações climáticas, cidades, territórios e mobilidade”.

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