
Atrasos na residência estudantil do Avepark em debate na reunião de Câmara
A reunião do executivo municipal de Guimarães, realizada esta segunda-feira, incluiu na ordem de trabalhos dois pontos centrais sobre a residência universitária em construção no Avepark, em Barco.
O primeiro ponto dizia respeito à conclusão da empreitada, prevendo a repartição de encargos plurianuais no valor base de 7 milhões de euros (acrescido de IVA), com possibilidade de ajuste até 20%. Já o segundo ponto incidiu sobre a revogação do contrato com a empresa responsável pela obra, por incumprimento, e a consequente abertura de um novo procedimento para finalizar os trabalhos em falta, correspondentes a cerca de 40% da construção.
Apesar do avanço formal, o projeto continua a levantar debate político, uma vez que o vereador da oposição, Ricardo Araújo, criticou duramente a localização escolhida para o investimento, que poderá atingir um valor superior aos 16 a 17 milhões de euros previstos. "Aquele investimento não devia ter aquela localização, porque o alojamento estudantil devia ser feito onde está a procura, que é na cidade de Guimarães e não no Avepark. (…) Esse é o problema principal: é um investimento que não vai dar a resposta que devia dar com o mesmo valor”, afirmou o candidato à Câmara Municipal pela coligação "Juntos por Guimarães".
Araújo considerou ainda que o projeto "começou mal e continua mal", apontando falhas no planeamento do Avepark e lembrando que a prioridade deveria ser a oferta habitacional junto da Universidade do Minho e do IPCA.
Em resposta, o presidente da Câmara, Domingos Bragança, garantiu que a residência será concluída sem risco de perda do financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que assegura parte do investimento. "Optámos por um acordo em alternativa às sanções, para que a residência, que já está 60% construída, seja terminada. Se entrássemos em litigância poderíamos perder não só os 6 a 7 milhões do PRR, mas também atrasar a obra durante anos", justificou o autarca. Bragança explicou que o novo concurso terá como base os valores anteriores, com margem legal de ajuste até 20%, e que, se necessário, o município recorrerá a fundos próprios ou a apoios comunitários.
O autarca concluiu que a prioridade do município é garantir a conclusão da obra e dar resposta à carência de alojamento estudantil em Guimarães, mesmo que num local mais afastado da procura central.
Ainda nesta reunião, foi igualmente aprovada a cedência em comodato dos lotes 15 e 18 do Avepark à Associação Fibrenamics - Instituto de Inovação em Materiais Fibrosos e Compósitos, para instalação do futuro Hub de Inovação em Defesa e Proteção.