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AVE diz que Via do Avepark não cumpre objetivos do PRR

Tiago Mendes Dias
Sociedade \ quinta-feira, março 04, 2021
© Direitos reservados
Para a associação ambientalista, a via dificilmente vai melhorar o tempo de ligação ao parque de ciência e tecnologia, além de acentuar a pressão sobre os solos concelhios.

A Associação Vimaranense para a Ecologia (AVE) critica a inclusão da via do Avepark no Plano de Recuperação e Resiliência, considerando que o projeto está desalinhado com os objetivos da denominada “bazuca”. “O balanço do contributo da Via do Avepark para os diversos objetivos constantes do PRR é manifestamente negativo”, lê-se no comunicado emitido pela entidade ambientalista, no âmbito da discussão pública do plano apresentado pelo Governo.

Para a AVE, proposta pela Câmara Municipal de Guimarães, incluída no Programa de Valorização das Áreas Empresariais em fevereiro de 2017, fere os objetivos referentes à transição climática e à sustentabilidade dos recursos da Estratégia Portugal 2020, alguns dos Pilares da Política da União Europeia, como a transição verde, a coesão social e territorial e também o crescimento inteligente e sustentável.

A entidade critica a autarquia vimaranense por não apresentar qualquer estudo que sustente a necessidade de uma nova via entre Ponte e o Avekpark, de 6,4 quilómetros, extensão que supera a atual ligação entre os dois pontos, através da Estrada Nacional 101. A nova via, que para a AVE não passa de uma estrada com saídas nas quatro freguesias que vai atravessar – Ponte, União de Freguesias de Santo Tirso de Prazins e Corvite, Santa Eufémia de Prazins e Barco – só vai garantir um “incremento residual da rapidez e do conforto da viagem” a troco de 15 a 20 milhões de euros de investimento, tendo em conta a obra e as expropriações necessárias. “A via do Avepark não é uma via dedicada, mas sim uma nova estrada e um aumento da rede rodoviária”, lê-se num dos documentos enviados à imprensa.

O solo foi outro tópico para o qual a AVE chamou a atenção; a associação lembrou que o solo está artificializado em 25% do território de Guimarães, município conhecido pela dispersão da população – cerca de dois terços vivem fora da cidade. “O território de Guimarães já sofre uma enorme pressão no uso do solo com a dispersão urbanística e a rede viária que a serve, como se constata pela sua artificialização e fragmentação”, refere ainda a entidade.

O comunicado da associação ambientalista reitera assim que “não é admissível, nem tão pouco racional avançar com um investimento que não está devidamente estudado e justificado, sabendo de antemão que terá enormes impactes sociais e ambientais e cujo objetivo pode ser conseguido através de outros projetos que se perspetivam”.

Essa alternativa pode ser um sistema de transportes coletivos em sítio próprio, como por exemplo uma ligação ferroviária à futura estação de alta velocidade em Braga, que poderá especialmente servir o norte de Guimarães, indica ainda a AVE.

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