Bairros Saudáveis: promover “cultura do cuidado” é objetivo do programa
A primeira iniciativa apresentada, “Distâncias Off”, tenciona combater a iliteracia digital e reduzir a exclusão social das pessoas mais velhas na freguesia de Creixomil, a mais populosa do concelho vimaranense, com 9.703 habitantes segundo os dados preliminares do Censos 2021, entre os quais 1.500 com mais de 65 anos e 230 deles a viverem sós.
Promovido pelo núcleo de Guimarães da Associação de Solidariedade Social dos Professores, o projeto visa a criação de um centro de inclusão digital na sede da Junta de Freguesia, lê-se na apresentação visível no sítio oficial do Programa Bairros Saudáveis. Já a iniciativa “CriativaMente” visa dar uma resposta para os problemas de “saúde mental” em quatro freguesias no oeste do concelho, através da recriação de peças de roupa usadas com a ajuda de técnicos de costura, de design de moda e da área psicossocial que pode estimular a economia circular e até criar três novos postos de trabalho, refere a nota publicada no sítio oficial.
O projeto “7 bairros capitais 7 bairro cultural” intervém em bairros da cidade que são propriedade da empresa municipal para a habitação, a CASFIG, através da “educação não formal para a arte”, com o intuito de se promover “a proximidade entre os habitantes”. Um dos coordenadores da iniciativa da associação Capivara Azul, Pedro Silva, explicou que as mudanças nos bairros podem-se estender no tempo, com a criação, por exemplo, de um núcleo do coletivo Outra Voz, coletivo dedicado à expressão vocal com origem na Capital Europeia da Cultura de 2012.
Já o “Palácio da Imaginação”, da cooperativa municipal de solidariedade social Fraterna, pretende estimular a “cocriação comunitária” no bairro da Emboladoura, um empreendimento pertencente ao Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) que se encontra degradado. Também presentes na cerimónia, um dos coordenadores do Bairros Saudáveis, Aitor Varea Oro, defendeu que é preciso “dar as boas-vindas a tudo o que for diferente”, sendo necessário “avaliar” o trabalho feito “daqui a um ano”, enquanto o presidente da Câmara, Domingos Bragança, enalteceu o potencial das iniciativas para reforçarem o “sentido de pertença” das populações visadas aos lugares onde vivem.
Financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência em sete milhões de euros, pelo Fundo Ambiental em 2,1 milhões e pelo Ministério da Saúde em 900 mil euros, o Bairros Saudáveis vigora até dezembro de 2021, atribuindo um montante máximo de 50 mil euros a cada projeto.