
Balão da expetativa esvaziou cedo, mas a campanha meritória é eterna
Face à esperança desencadeada pelo jogo de Sevilha, poucos esperavam a despedida europeia protagonizada pelo Vitória SC nesta quinta-feira à noite de tempo ameno e estádio cheio (28.994 espetadores). Os 10 triunfos e três empates com que se cose a segunda melhor campanha europeia da história preta e branca culminaram numa goleada caseira às mãos do Betis, a destoar do empate alcançado no Estádio Benito Villamarín no primeiro encontro da cimeira luso-espanhola dos oitavos de final da Liga Conferência.
A rapidez e qualidade de execução das individualidades sevilhanas, a solidariedade na hora de defender quando o Vitória parecia erguer a cabeça para reagir, a fluidez com que a bola rolou quando o Betis queria atacar e contra-atacar fizeram a diferença, num encontro em que os homens trajados de branco só deram um ar da sua graça no final da primeira metade e no início da segunda.
O ambiente era de gala quando as três equipas entraram em campo, a larga maioria do Estádio D. Afonso Henriques entoou o "Sou Vitória a plenos pulmões para encher de expetativa... um balão que esvaziou num ápice. Aos 20 minutos, já a equipa de Guimarães perdia por 2-0 e tinha a eliminatória comprometida. Bakambu foi o carrasco de uma equipa em que Isco, escudado por Altimira e Fornals, e Antony provocavam o caos entre as linhas defensiva e média dos anfitriões.
A partir da meia hora, vê-se um pouco mais dos homens treinados por Luís Freire, nomeadamente quando João Mendes remata para defesa de Vieites e Nélson Oliveira atira para fora na recarga. Esse fecho de primeira parte e a renovação da ala direita ao intervalo, com Miguel Maga e Telmo Arcanjo chamados a jogo, recarregaram a bateria vitoriana para um arranque de segunda parte em que encostaram o Betis às cordas... até uma perda de bola ditar um contra-ataque letal.
Antony seguiu campo fora e bateu Bruno Varela sem apelo, nem agravo, aos 58 minutos, para sentenciar a eliminatória. O Vitória manteve-se fiel aos seus princípios na última meia hora, mas sem a chama com que abriu a segunda parte. Com os destinos de portugueses e espanhóis praticamente selados, Isco ainda teve tempo para fazer o gosto ao pé, coroando com um golo o talento expresso em campo.
As bancadas repletas nem sequer presenciaram um golo para entrarem em ebulição, mas tiveram a oportunidade para terminar o jogo a cantar pelo Vitória e a agradecer à equipa num momento de comunhão, capaz de sobrepor à festa verdiblanca na Bancada Norte.