Bárbara Gomes: “Notou-se alguma inexperiência” em jogos decisivos
Concluída a meia-final da Taça de Portugal feminina de voleibol, com o Vitória derrotado pelo Benfica por 3-1, as jogadoras de preto e branco cumprimentarem as suas adversárias e agradeceram ao seu público o constante barulho de apoio ao longo do encontro. À saída para os balneários, foram muitos os abraços entre atletas e adeptos, com lágrimas à mistura até. Após a saída da quadra, a vitoriana com mais pontos no desafio, Bárbara Gomes, admite que a equipa não conseguiu usar a seu favor o facto de estar praticamente “a jogar em casa” a nível de apoio e que a inexperiência pode ter pesado, mesmo com uma entrega total.
“Demos tudo o que tínhamos. Não posso tirar o mérito às jogadoras do outro lado, que jogaram muito bem e tiveram uma mentalidade muito assertiva, ao contrário de nós. Notou-se alguma inexperiência da nossa equipa neste tipo de jogos, que são como finais e têm sempre pressão acrescida. Lutámos até ao fim”, realça a jogadora de 28 anos, autora de 19 pontos.
A internacional portuguesa, que atua na posição de Zona 4, vincou que nada apaga a recente trajetória ascendente do Vitória, a culminar no apuramento para a fase da luta pelo título no campeonato, mas admite que a equipa lisboeta foi melhor no serviço, com as vitorianas a demorarem a adaptar-se na receção. “As coisas não correram como queríamos. Elas estiveram melhor no serviço. Não conseguimos contrariar isso. Demorámos muito tempo a ajustar o nosso primeiro toque, e isso dificultou muito o nosso ataque. A nível de bloco, elas têm um alcance muito maior do que nós, e é difícil contornar o poderio do bloco delas”, disse.
De seguida, o técnico vitoriano realçou ao Jornal de Guimarães que a sua equipa precisava de ganhar “a guerra do serviço e da receção”, algo que não conseguiu. “O jogo foi bastante desequilibrado aí. Não estivemos no nosso melhor na receção, mas não só. Às vezes, baixámos a intensidade no serviço”, vincou Hélder Andrade, treinador da equipa há três épocas.
Presente na final de 2022, também em Viana do Castelo, o Vitória foi incapaz de repetir o feito pelas lacunas demonstradas no primeiro toque durante os dois primeiros sets e por alguma falta de agressividade no quarto e último. “Quando nos encontrámos no jogo e tivemos melhor qualidade de primeiro toque, faltou-nos essa agressividade no ataque para nos mantermos estáveis. Mesmo no quarto set, tivemos uma sequência de quatro a cinco breaks, mas o adversário adaptou se e tivemos uma sequência negativa grande no side out e até com capacidade no primeiro toque”, reiterou.
Hélder Andrade vincou também que faltou “alguma tomada de decisão melhor”, num duelo em que o Benfica apresentou “mais agressividade e soluções ofensivas”, tendo vencido com mérito.