Bloco propõe criar um pelouro da Ação Climática e traça objetivo até 2030
O Bloco de Esquerda quer que Guimarães seja a origem “de um modelo de cidade sustentável” e, por isso, apresentou um leque de medidas que visam atingir a “neutralidade climática” até 2030. Sob o lema “Guimarães para as Pessoas”, os bloquistas acreditam que o concelho “pode ser um exemplo de justiça climática” e ir além de “falsas soluções de capitalismo verde”.
As palavras são de Luís Lisboa, candidato à Câmara Municipal de Guimarães pelo partido, que, entre outras propostas, acenou com a criação de um pelouro de ação climática, fixar o limite de velocidade de circulação a 30 km/hora “em todas as ruas e avenidas das cidades” e plantar espécies autóctones em áreas degradadas. Na ação de campanha no Parque da Quintã, em Azurém, esteve também a candidata à Assembleia Municipal (AM), Sónia Ribeiro.
O documento com mais de 30 propostas foca-se também nos transportes públicos – “é necessário que se efetive uma oferta que cumpra as necessidades dos vimaranense”, pontuou Sónia Ribeiro. A representante do Bloco na AM também vincou a necessidade de “restringir o tráfego automóvel” na cidade e apresentou o Parque de Camões – inaugurado em 2019 – como uma medida em contraciclo com o desígnio de atingir a “neutralidade climática até 2030”. “Não faz sentido que haja um parque de estacionamento no centro da cidade que incentiva o uso automóvel. A retirada de carros do centro da cidade é uma urgência”, reiterou.
Novo pelouro e comissões de acompanhamento
A missão a que se propõe o Bloco – de reduzir emissões poluentes; aumentar os sumidouros de carbono; reduzir os resíduos, garantir uma transição energética justa; capacitar os serviços municipais – passa também por reconfigurações na política municipal. O Bloco quer criar um pelouro da Ação Climática, que funcionaria em articulação com os restantes, “para garantir a neutralidade climática” até 2030.
Luís Lisboa acredita que “há mais consciência” sobre as alterações climáticas e uma das propostas passa por aproximar os cidadãos dos centros de decisão. O partido propõe a criação de uma Assembleia da Cidadania para a Ação Climática. “Constituída anualmente por um grupo aleatório de munícipes”, discutiria a política municipal e as deliberações efetuadas “seriam tidas em consideração pela Assembleia Municipal e pelo executivo camarário”.