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Vitória acorda de sono profundo, mas encontra uma forma de tropeçar

Tiago Mendes Dias
Desporto \ sexta-feira, abril 07, 2023
© Direitos reservados
Após uma primeira parte para esquecer, o Vitória cresceu na segunda, empatou, passou a superiorizar-se no jogo, mas deu várias vezes espaço para a transição boavisteira e perdeu num livre.

Quando parecia estar mais perto do golo e da reviravolta, o Vitória voltou a desperdiçar mais um canto, batido para as mãos de Bracali, que, de imediato, teve tempo para lançar longo para a área vitoriana; Bamba derrubou Bozenik, garantindo um livre frontal a um Boavista que mal saía para o ataque naquela fase. Makouta foi chamado a cobrar e colocou a bola junto ao poste direito da baliza, selando o 2-1. À semelhança de muitos jogos e de muitas épocas passadas, os homens de Guimarães encontraram um caminho para perder, quando pareciam estar mais perto de abrir a porta do triunfo.

Assim se escreveu um frustrante desfecho para o Vitória, depois de um jogo com uma primeira parte onde foi inferior ao adversário, antes de reagir na segunda e de empatar aos 60 minutos, por André André, que, no final da partida, lamentou as falhas de concentração e de foco da equipa.

Ibrahima Bamba recuperou a 100% e voltou a ocupar o lugar no eixo da defesa, André André substituiu Tiago Silva no miolo, Mikey Johnston e Anderson apareceram ao lado de André Silva no ataque: as alterações foram quatro e o sistema voltou a ser o habitual – 3x4x3 -, mas as debilidades expressas frente ao Paços de Ferreira continuaram bem patentes na deslocação ao Bessa.

O Vitória parecia capaz de circular a bola no meio-campo boavisteiro nos primeiros 10 minutos, mas acabou por sucumbir à pressão e à verticalidade do anfitrião, dando-lhe espaço para ataques rápidos por todos os corredores. O perigo teve sobretudo origem no lado esquerdo axadrezado, face aos regulares desajustes posicionais de Miguel Maga, lateral mais ofensivo do que Afonso Freitas, na outra ala, e ao desconforto de Tounkara com a bola nos pés. Kenji Gorré teve sempre espaço de sobra para fletir da esquerda para o meio, ora para ensaiar o remate, ora para cruzar.

Numa dessas situações, os axadrezados marcaram o (polémico) golo da primeira parte: o ala caribenho ultrapassou Tounkara, tocou a bola e cruzou para o segundo poste, onde Yusupha, em posição de fora de jogo, pressionou Afonso Freitas, autor de um corte defeituoso; a bola ficou a pairar no coração da área, onde apareceu Salvador Agra, sem qualquer oposição, a disparar para o fundo das redes. O árbitro António Nobre ouviu a indicação do videoárbitro Hugo Miguel e validou o golo.

A reação vitoriana tardou: o Boavista continuou a romper linhas com bola, a aparecer de frente para a área, a ter espaço para cruzamentos e ganhou vários cantos dos quais surgiram calafrios. Só nos últimos 10 minutos da primeira parte a equipa de Moreno se esticou rumo à área boavisteira, com Anderson a perder por duas vezes o duelo com Bracali, um deles na tentativa de um chapéu, e Miguel Maga a cruzar para a pequena área, sem seguimento para a baliza.

Miguel Maga viu amarelo nos instantes finais da primeira metade e ficou no balneário ao intervalo, dando lugar a Bruno Gaspar. Lesionado por muito tempo, o lateral de 29 anos deu vida ao lado direito vitoriano, com um cruzamento venenoso que Anderson falhou por centímetros. Anderson protagonizou outro lance perigoso de seguida, dando corpo ao crescimento vitoriano na segunda metade. O Boavista ameaçou na resposta, é verdade, num cabeceamento de Yusupha para defesa soberba de Celton Biai.

O ascendente vitoriano no jogo deu empate: Bruno Gaspar e André André combinaram com precisão até à hora de André André encostar para o fundo da baliza, com a bola a tabelar ainda no poste antes de entrar.

A partir daí, o Vitória continuou a porfiar, mas sem lances de perigo iminente. O Boavista, por seu lado, remetia-se cada vez mais à sua área, mas sem deixar de espreitar o lançamento longo para o ponta de lança quando o Vitória estava balanceado para o ataque. Foi essa a fórmula para chegar ao triunfo.

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