Câmara Municipal admite baixar preço-base das obras na João de Meira
A Câmara Municipal de Guimarães vai rever os projetos da biblioteca e do pavilhão desportivo da Escola EB 2 e 3 João de Meira na ótica de poder baixar os preços-base com que os projetos foram lançados a concurso, anunciou o presidente, Ricardo Araújo, durante a sessão da Assembleia Municipal realizada em 22 de dezembro.
Na reunião de Câmara de 1 de setembro, o executivo municipal anterior, liderado por Domingos Bragança, aprovou o lançamento dos concursos para as respetivas obras, com um preço-base de 5,5 milhões de euros para o pavilhão desportivo e de dois milhões de euros para a biblioteca. O recém-eleito presidente da Câmara mostrou-se convencido de que é possível baixar os valores segundo critérios de “gestão do dinheiro público” e de “determinação hierárquica da prioridade dos investimentos”.
"Vamos mesmo avançar com a construção do pavilhão e com a biblioteca, mas não vamos fazê-lo como estava previsto anteriormente. O que estava previsto era uma construção de uma biblioteca com um preço-base de 2,5 milhões de euros [n.d.r: o documento votado pela Câmara em 1 de setembro indica 2,05 milhões]. Estava previsto 5,5 milhões de euros para o pavilhão. Vamos fazer a revisão dos dois projetos, porque objetivamente parece-me um valor acima do necessário", disse, em resposta a uma intervenção de Torcato Ribeiro, deputado da CDU, a dar conta das carências da escola, “à vista de todos”.
A revelação do presidente da Câmara motivou as interpelações da Iniciativa Liberal e do PS, com João Oliveira, dos liberais, a vincar que o pavilhão e os balneários não têm as condições adequadas para as aulas de educação física, nem “para as necessidades crescentes das associações desportivas”, nomeadamente o Vitória SC, que espera utilizar o espaço. O deputado questionou se é possível acautelar todas as necessidades com a revisão em baixa, tendo lembrado a desadequação dos polidesportivos da Escola Secundária Francisco de Holanda e da Escola Secundária Martins Sarmento para o desporto de alto rendimento.
Já os socialistas, pela voz do líder do grupo parlamentar, Francisco Teixeira, mostraram-se preocupados com o repensar desse valor. “Não vamos dizer que está mal. Não sabemos em que termos isso vai ser feito. O próprio PS não conseguiu resolver isso no tempo em que devia ter resolvido. Mas preocupa-nos que se vá repensar um projeto que sabemos ser de excelência. Às vezes, sabemos que vale mais a pena demorar e apostar na excelência dos projetos do que voltar atrás", ressalvou.
Ricardo Araújo vincou que “não interessa prometer” as obras e não ter como “as acomodar no orçamento” e mencionou o projeto do futuro pavilhão da Escola Básica e Secundária Santos Simões para defender que valores avultados não se traduzem necessariamente na satisfação de todas as necessidades. “São quase três milhões para esse pavilhão. É um pavilhão que não tem as medidas oficiais para a prática das competições. Queremos rever esse projeto, porque não faz sentido reabilitar um pavilhão e ele não estar preparado para competições”, referiu.
O autarca disse ainda que é “possível construir uma biblioteca digna, à imagem daquilo que a Escola João de Meira merece, sem gastar 2,5 milhões de euros".