Casa da Memória completa cinco anos e quer “despertar interesse” por mais
A Casa da Memória de Guimarães celebra este domingo, 25 de abril, meia década de existência. Situado na antiga fábrica Pátria, este espaço guarda em si a essência vimaranense em tons de memória. Cinco anos de existência que têm de se assinalar de forma contida, em virtude da pandemia.
Em ritmo de desconfinamento, no domingo será, então, possível fazer pequenas visitas à Casa da Memória, visitas gratuitas que apenas necessitam de inscrição prévia no balcão até trinta minutos antes do início. Visitas que são, ao fim de contas, uma forma açucarada para despertar o paladar para mais, conforme dá conta Fátima Alçada, diretora artística d’A Oficina, ao Jornal de Guimarães.
“Não podíamos e não vamos deixar de assinalar esta data, porque é verdadeiramente importante. Decidimos fazer pequenas visitas, de meia hora, totalmente gratuitas à Casa da Memória. A ideia é olharmos para a Casa e para os elementos mais festivos, de maior celebração, que compõe a casa, porque esta data é uma data festiva. Queremos que quem visitar a Casa no próximo domingo fique com vontade de regressar para uma visita mais demorada, para fazer outras atividades, para poder aceder à outra oferta que temos na Casa, porque é muito diversa, desde oficias, espetáculos que iremos inaugurar em breve, exposições. É acima de tudo um despertar da curiosidade e da vontade de um regresso mais tarde, assim que for possível”, explica Fátima Alçada.
Para mais tarde, assim que as condições sanitárias assim o permitam, “as comemorações maiores que estavam planeadas irão realizar-se”, para já, podendo apenas “estar de portas abertas apenas no período da manhã” e com obrigatoriedade de ter “um número reduzido de público e muitas restrições para manter as condições de segurança”, as visitas serão, então cirúrgicas, de forma a espevitar para mais.
Neste contexto, os cicerones serão “a melhor companhia que se poderia ter para percorrer a Casa”, segundo Fátima Alçada. António Amorim, Catarina Braga, Luísa Abreu e Catarina Senra abrirão as portas da Casa da Memória para estas visitas. “Tratam-se de pessoas que trabalham connosco, como monitores, que estudam tanto a Casa da Memória como o CIAJG (Centro Internacional das Artes José de Guimarães); têm um enorme conhecimento sobre os elementos que compõe a Casa, e quiseram preparar uma visita especial para este dia. Vão percorrer a casa sob o signo da celebração e da festa, desde as Festa Nicolinas, as vindimas, vão focar nos momentos de celebração”, aponta.
Cinco anos com “balanço positivo” e vontade de “fazer mais”
Num momento simbólico, em que a Casa da Memória completa meia década de existência ao serviço da cultura e da memória de Guimarães, o balanço traçado por Fátima Alçada é “profundamente positivo”.
“Retirando este último ano, que não pode entrar nesta contabilidade, nem para a Casa a Memória nem para nenhuma instituição, é um balanço profundamente positivo. De crescimento, de implementação no território, de consolidação de projeto, de relação com as pessoas e com a cidade e com as freguesias que compõe o município. E também com um maior conhecimento sobre Guimarães, porque a Casa da Memória é um lugar que guarda memórias, mas também um lugar que guarda conhecimento. Sobre as pessoas, sobre a história, sobre as outras histórias que são paralelas à história que todos conhecemos, e tem sido um permanente cruzar de caminhos e acrescentar de novas possibilidades. O nosso balanço não pode ser mais positivo”, expõe.
Neste sentido, reforçando a ideia de que “o que foi conseguido até agora é um trabalho muito interessante e muito bonito de relação com a cidade, com a comunidade e com o território”, a diretora artística d’A Oficina olha em frente: “queremos sempre fazer mais”.