
Casa da Memória discute a escultura pública de Guimarães
A mesa-redonda da tarde deste sábado na Casa da Memória tem início às 16h00 para um momento de entrada gratuita (até ao limite da lotação disponível) onde Marta Lima, escultora, coloca em evidência a sua prática do fazer e do pensar a escultura pública. Maria Manuel Oliveira, arquiteta, investigadora e professora associada com agregação na Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho enquanto especialista no campo da intervenção em património edificado, relembra a realocação das estátuas que existiam no Largo do Toural e questiona a relação que a escultura pública ocupa a partir do exemplo da requalificação urbana do Largo do Toural em Guimarães. Jorge Palinhos, escritor, investigador e docente na Escola Superior Artística do Porto e na Escola Superior de Educação de Coimbra, a partir das estátuas que ocupavam a Praça da República no Porto, questiona a validade das estátuas passadas, presentes e futuras. Fátima Ferreira, historiadora e professora associada no Instituto de Ciências Sociais na Universidade do Minho, relembra a perspetiva histórica, da memória e do tempo como determinante na relação do discurso e suas representações.
As esculturas públicas no concelho de Guimarães constituirão assim o mote do programa anual da Casa da Memória. Nestas obras, o corpo ou as formas – tanto na sua forma física como simbólica – emergem como uma representação visual de eventos ou personalidades que deixaram marcas profundas nas pessoas e no território. A CDMG vai assim, ao longo do ano, em diversas atividades, aprofundar o conhecimento do rico património escultórico vimaranense em espaço público.
Num diálogo singular com as peças escultóricas, com o lugar que ocupam e com as pessoas que as observam, tornamo-nos todos e todas testemunhos permanentes de uma história que não é apenas a que é contada nos livros, mas também a que é vivida diariamente e experienciada nos espaços comuns. Este é um programa que também nos relembra de que uma presença física vai e vem com a mudança dos tempos, como um D. Afonso Henriques esculpido por Soares dos Reis que passeou pela cidade inteira: a matéria congrega as ideias, mas os significantes movem-se com o granito e o bronze.
"Dias no Pátio" regressam a 22 de março
Neste dia, entre as 10h00 e as 12h00 irá decorrer uma Oficina de Movimento e Expressão Dramática com Rita Salomah, que nos questionará sobre como funciona o nosso corpo quando está a dançar e sobre quantas vezes nos imaginamos a ser outra pessoa ou outra coisa. E aqui poderemos experimentar tudo aquilo que o nosso corpo nos permite. Através do nosso elementar instrumento, dentro de uma casa especial como a Casa da Memória de Guimarães, poderemos descobrir o que somos, e o que podemos ser, naquele preciso espaço de tempo. Esta oficina tem o valor de três euros e é indicada para crianças maiores de seis anos e famílias, sendo limitada a uma lotação máxima de 25 pessoas.
A meio do dia, entre as 12h00 e as 15h00, abre-se espaço para mais uma edição das "Receitas de Família". À hora de almoço, somos assim convidados a juntarmo-nos na cozinha da Casa da Memória para conhecer as histórias das receitas de famílias que degustaremos. Será a 11.ª edição do “Receitas de Família”, que nos convida uma vez mais para sentar à mesa e usufruir de petiscos inesquecíveis. Depois de uma volta ao mundo em dez paragens por diferentes geografias deste nosso mundo, esta edição ficará por casa e visitará a tradição gastronómica do Minho através das mãos sábias das senhoras do Rancho da Corredoura. Com lotação para 30 pessoas, tem o custo de 10 euros por adulto e 7,5 euros por criança (até 12 anos).
Após um almoço bem recheado e regado, este dia não terminará sem "Bailar em Casa" entre as 15h00 e as 16h00, para bailarmos ao som das músicas e do cancioneiro tradicional do Rancho da Corredoura. Como já é sabido e habitual, aqui não é preciso saber dançar, é só juntarem-se à roda e levantar os pés do chão em mais um momento (com entrada gratuita) de liberdade e de alegria onde todos participam usando uma linguagem que todos falam e em que todos se entendem, reunindo toda a comunidade, local e migrante atualmente a residir neste território (ou aqueles que estejam de passagem).