Casa de Sarmento divulga investigação científica em ciclo de conferências
Centro de estudos do património da Universidade do Minho (UMinho), a funcionar ao abrigo de um protocolo celebrado entre essa instituição, a Câmara Municipal de Guimarães e a Sociedade Martins Sarmento em 2017, a Casa de Sarmento quer aproximar a investigação científica, principalmente a das ciências sociais humanas, do público e lança, nesta quinta-feira, o ciclo de conferências Novos Olhares para esse fim. “A iniciativa tem como objetivo divulgar, num ambiente informal, os resultados de investigações desenvolvidas pela comunidade científica”, lê-se na nota enviada à imprensa pela Casa de Sarmento.
Criado na sequência das conferências organizadas pela SMS em 2022, o ciclo desenrola-se ao longo do ano, tendo como tema “a mulher no trabalho e na sociedade”, a partir dos “estudos de género da atual historiografia europeia”, acrescenta a nota. Das três conferências já asseguradas até março, a primeira realiza-se na quinta-feira, 16 de março, a partir das 18h00, e intitula-se “Mulheres e trabalho: da economia familiar ao salário individual”, estando a cargo de Isabel dos Guimarães Sá, professora do Departamento de História da UMinho.
Docente de história da Europa Moderna e investigadora do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da UMinho, em áreas como a história da família e as diferenças de género, Isabel dos Guimarães Sá escreveu vários livros sobre as Misericórdias portuguesas e biografias sobre rainhas de Portugal do século XVI, entre as quais D. Leonor de Lencastre (1498-1525), precisamente na origem das Misericórdias.
O estudo da relação entre mulher e trabalho aborda a divisão sexual do trabalho entre homens e mulheres, paradigma a partir do qual emergem “ocupações tipicamente femininas” e que só se foi alterando quando passaram a auferir um salário ou a frequentar as universidades.
A conferência vai decorrer precisamente na casa onde viveu Francisco Martins Sarmento, no largo com o mesmo nome, mas também estará disponível online, para quem se quiser inscrever; até agora cerca de 35 investigadores o fizeram, de Portugal, Espanha, Itália e países latinos da América, deu conta ao Jornal de Guimarães o diretor da Casa de Sarmento, Antero Ferreira.
Além das três já previstas, a instituição pondera realizar mais duas conferências em 2023, depois do verão.