CCVF propõe viagem por sons de Cabo Verde e de Angola sem deixar a Manta
É a hora de colocar a manta sobre o jardim para apreciar uma ou duas noites de música: desde que o Centro Cultural Vila Flor (CCVF) foi inaugurado, em 17 de setembro de 2005, a rentrée daquele que é o coração das artes peformativas em Guimarães segue quase sempre o mesmo ritual. Palco de nomes como The Young Gods, The National ou Thurston Moore ao longo dos anos, o Manta aventura-se, neste ano, pelos sons que emergem em Angola, em Cabo Verde e também em Portugal; mais concretamente pela relação entre o país mais ocidental da Europa e os países lusófonos de África.
O primeiro espetáculo da nova temporada do CCVF está a cargo de Tristany, rapper, músico e artista visual que cresceu na linha de Sintra, nos arredores de Lisboa, e que incorpora as culturas cabo-verdiana, angolana e guineense na sua matriz criativa. A partir das 21h30 de sexta-feira, 08 de setembro, o artista promete ilustrar a sua maneira de sentir e a sua consciência das realidades sociais que o circundam com uma multiplicidade de ritmos, sonoridades cruas e estímulos visuais, lê-se na nota de imprensa da cooperativa A Oficina, que tutela o CCVF.
Nesta mesma noite, às 22h30, defrontamo-nos com uma das mais relevantes, reconhecidas e internacionais vozes da música lusófona, a inconfundível voz de Lura, uma artista cujo coração balança entre Portugal e Cabo Verde, unindo as duas culturas através da música. Antes de embarcar numa tournée que percorrerá alguns dos maiores teatros europeus, Lura sobe ao palco do Manta para estrear o mais recente espetáculo, “Theater Sessions”, que inclui canções emblemáticas da sua carreira, homenagem a artistas que admira e ainda temas de “Multicolor”, o seu novo álbum que tem edição mundial prevista para o final do verão.
O dia 9 de setembro, sábado, volta a estender-se no relvado deste jardim para recebermos outros dois concertos que celebram a lusofonia e a sua harmonia inspiradora, bem transparecida em Aline Frazão, um dos nomes mais sonantes da nova geração de músicos angolanos. A cantora, compositora, guitarrista e produtora com mais de uma década de carreira e cinco álbuns de originais editados apresenta-se perante nós às 21h30 para um concerto a solo em que partilha connosco, entre várias das suas criações, o seu quinto e último álbum de originais, “Uma Música Angolana” (2022), considerado pela imprensa portuguesa como um dos melhores discos desse ano.
Um pouco mais tarde, às 22h30, surge no jardim aquela que é considerada por muitos como a natural sucessora de Cesária Évora, Nancy Vieira. Uma das mais reputadas artistas a explorarem no presente o imenso património musical de Cabo Verde, prepara-se para nos revelar no Manta, em estreia ao vivo, o seu novo álbum “Gente”, com edição marcada para o início de 2024, num concerto em que se faz acompanhar pela sua banda habitual que integra alguns músicos que pertenciam ao grupo de Cesária Évora.