CCVF rodopia com novo espetáculo de criação comunitária a 29 de junho
A reconfiguração das cantigas tradicionais recolhidas de forma colaborativa ao longo da última década pelo coletivo Outra Voz e pela Academia de Bailado de Guimarães conhece mais uma etapa em 29 de junho, a partir das 21h30, com o espetáculo “O Rodopio”, no Grande Auditório Francisca Abreu, do Centro Cultural Vila Flor (CCVF).
Coproduzido pel’A Oficina, a iniciativa de criação comunitária reúne ainda músicos da Sociedade Musical de Pevidém e crianças do projeto Brinco de Voz num evento que promete desconstruir um repertório oral, musical e de movimento, através de “um espaço de partilha de vozes e movimentos, mas também de colaboração efetiva entre instituições do território de Guimarães, com trabalho e experiência que o extravasa”, refere a cooperativa A Oficina, em nota de imprensa. Os bilhetes custam 10 euros ou 7,5 euros com desconto.
O processo de criação envolve o músico e compositor Rui Souza, diretor musical do espetáculo, aliás, que está a desenvolver um trabalho de pesquisa de novas formas de composição para voz em movimento, e a bailarina e coreógrafa Maria R. Soares, responsável pela direção coreográfica e envolvida numa investigação que se centra na produção de realidades ficcionais ativadas pelo conflito, pela dissonância, pela intimidade e pelo afeto. O trabalho desses dois artistas articula-se com o de Carlos A. Correia, coordenador artístico da Outra Voz desde 2013 e diretor artístico de “O Rodopio”. Carlos A. Correia está, aliás, na génese da Outra Voz - Associação Cultural em 2010, a par de Suzana Ralha e de Amélia Muge, no âmbito da programação de Comunidade para a Capital Europeia da Cultura.
Os criadores deste projeto coletivo realçam, citados, pel’A Oficina, que o espetáculo é “um puro exercício de experimentação”: “Estamos onde começámos. Parece que já por aqui passamos. A voz que trazemos, carregada de muitas vozes, que se agitam dentro de nós. Esses corpos que bailam, desenham ansiedades, nervos e jeitos que ondulam por baixo da nossa pele. Sem que nunca nos tenhamos visto bailar”.