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CDU alerta o governo para a necessidade de estudar a ferrovia em Guimarães

Bruno José Ferreira
Sociedade \ sexta-feira, outubro 25, 2024
© Direitos reservados
Comunistas consideram que “a importância de Guimarães enquanto comunidade, a nível nacional, depende do desenvolvimento da sua ferrovia”. Pede aos vimaranenses “que se mobilizem” nesta luta.

A CDU de Guimarães entende que “não se está a olhar para a ferrovia em Guimarães da forma e correta” e, por isso, solicitou através do seu grupo parlamentar na Assembleia da República que se olhe para esta realidade, nomeadamente para a questão recente da possível implementação de um vaivém que sirva o sul do concelho, entre Guimarães e Lordelo.

“É necessário um serviço que possa retirar trânsito à Estrada Nacional 105, que está completamente congestionada, e agilizar esta ligação. A ferrovia é uma possibilidade, mas tem havido respostas contraditórias nesta tentativa de ter uma ligação entre Lordelo e Guimarães”, disse esta sexta-feira Torcato Ribeiro, na Estação da CP de Guimarães.

O antigo vereador, e deputado da Assembleia Municipal, sustentou que na ótica da CDU “o ideal era que fosse feita a duplicação da linha”, concluindo que “ficámos parados no tempo nesta questão” e “Guimarães está condicionado no trânsito ferroviário devido a problemas estruturais”.

“Está em causa a nossa possibilidade de responder às necessidades de futuro"

Perante este cenário, numa missiva assinada pelos deputados na Assembleia da República António Filipe, Paula Santos, Alfredo Maia e Tânia Mateus, é recomendado ao governo que:

    1. Elabore com celeridade os estudos necessários para aumentar a capacidade de circulação de composições entre as estações de Lordelo e Guimarães da Linha de Guimarães de forma a resolver a falta de oferta pública de transportes ferroviários;
    2. Proceda à realização de um estudo para a duplicação da Linha de Guimarães.

No entender de Torcato Ribeiro, expressou aos jornalistas, “está em causa a nossa possibilidade de responder às necessidades de futuro, até tendo em conta a linha de alta velocidade, que nos está a passar ao lado, e é agora que tem de se fazer a discussão”. O comunista diz mesmo que “Guimarães deve mobilizar-se, tal é a urgência de dar reposta a este problema”.

"O que está acontecer à mobilidade através de ferrovia é a retirada de oferta, como aconteceu com o Alfa"

“Guimarães, se quer marcar posição e quer desenvolver esta forma de locomoção, que sabemos que é limpa e eficaz, e também melhor do ponto de vista ambiental, tem de investir, neste caso propondo a duplicação da linha. Isso resolveria o problema e criaria expetativas de expandir a linha para outras zonas. Enquanto comunidade dependemos dessa capacidade disto que estamos a propor: uma via eficaz entre Guimarães e o Porto, e também Guimarães e Braga, uma das nossas bandeiras a nível local”, atirou Torcato Ribeiro, mostrando-se ciente de que se trata de “um grande investimento”, mas do qual “depende o nosso futuro e da nossa importância na comunidade e a nível nacional”, reforçando o apelo que “Guimarães deve mobilizar-se”.

Mariana Silva, candidata pela CDU à presidência da Câmara Municipal de Guimarães nas últimas eleições, também esteve presente nesta ação, lembrando o trabalho feito em defesa da ferrovia. “A CDU defende, há muito tempo, o desenvolvimento da ferrovia aqui em Guimarães”, começou por dizer.

“O comboio sempre foi um fator de atração de pessoas aos locais. Somos Património Mundial da Humanidade, temos a Universidade do Minho com um polo de grande importância, temos um Centro Histórico que merece ser visitado e o que está acontecer à mobilidade através de ferrovia é a retirada de oferta, como aconteceu com o Alfa. Precisamos de saber as dificuldades, se realmente existem, e de que forma é que podemos desenvolver a ferrovia em Guimarães”, concluiu.

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