Ciclovia do Selho começou “pelo telhado”; câmara fala em “ganhar tempo”
A Ciclovia do Selho foi um projeto “começado pelo telhado”, considerou esta quinta-feira Bruno Fernandes – vereador eleito pelo PSD. Um dos pontos debatidos na reunião de câmara dizia respeito à não adjudicação da obra, pelo facto de o município não ter conseguido todos os terrenos necessários em tempo útil.
O concurso foi lançado há ano e meio, sendo que será necessário proceder a um novo concurso, facto criticado pela oposição, defendendo que se “voltou à estaca zero” e, mais do que isso, não foi intelectualmente sério para com os vimaranenses.
“O projeto foi apresentado com pompa e circunstância, deu como um dado adquirido um projeto para o qual não tinha instrumentos para o executar. É começar a casa pelo telhado, eu se fosse presidente de câmara não faria assim, não me parece sério intelectualmente com os vimaranenses: antes das eleições faz um show off tremendo, mas depois não se pode fazer”, atirou Bruno Fernandes.
No entender do vereador “esta metodologia não é a mais eficaz”, considerando que se está a tornar uma regra, elencando o caso da Loja do Cidadão, que seria instalada na Rua de Santo António. “Anuncia uma obra, faz visitas ao local, lança o concurso público e depois chega-se à conclusão que não temos terrenos e não se faz a obra”, disse.
“Ando há procura de um espaço para instalar um espaço de acolhimento empresarial urbano” – Domingos Bragança
Em resposta, Domingos Bragança frisou que o município “está a ganhar tempo”, dizendo que “há várias questões de pragmatismo de quem exerce o poder” que por vezes acaba por não ser percetível. “Esse pragmatismo está na lei: quando lançámos o projeto a lei permite – para não perder tempo – que se diga que só será adjudicado com condicionamento à aquisição dos terrenos. Estamos os a ganhar tempo”, explanou.
Neste caso concreto, da ciclovia do Selho, Bragança referiu que para candidatar o projeto a fundos europeus o mesmo “tinha de ter maturidade”, motivo pelo qual foi usado o concurso, uma forma de “dar maturidade”. “Dado que os procedimentos são muito logos, tínhamos de fazer isso e tentar negociar os terrenos necessários”, disse o presidente da câmara, reiterando que será novamente lançado o concurso.
“A obra é para se fazer, mas vamos fazer com alguma segurança financeira com fundos comunitários. Temos de ter algum risco, se não – se fossemos a fazer tudo direitinho – não fazemos metade do que fazemos”, pontuou Domingos Bragança.
Em relação à Loja do Cidadão, defendeu que “a câmara tem de informar todos os projetos aos vimaranenses, para a discussão pública e política”, dando o exemplo do projeto urbano empresarial que pretende criar. “Precisamos de quatro ou cinco mil metros quadrados para acolhimento de espaço empresarial urbano. Ando à procura, se alguém tiver que venha à câmara”, desabafou o líder máximo do município.