Clayton e Pablo sem piedade de Vitória de porta aberta e pouco faro de golo
Cirúrgico a contra-atacar e compacto a defender, o Casa Pia acabou por vencer com naturalidade no Estádio D. Afonso Henriques, repetindo o feito da época passada. Clayton e Pablo Roberto selaram o 2-0, com um golo e uma assistência cada, em movimentos rápidos e cirúrgicos.
No segundo jogo com Gonçalo Santos ao leme, os lisboetas foram estrategicamente superiores, com um 3x4x3 recuado sem bola e pronto a disparar no terreno na hora de a recuperar, frente a um Vitoria no seu modelo habitual, até pelos regressos de Tomás Händel, Borevkovic e Jota Silva, mas sem as dinâmicas que lhe têm valido os bons resultados, sobretudo em casa.
A turma de Álvaro Pacheco teve sempre mais bola, mas nunca pareceu controlar as incidências. Na primeira parte, isso foi por demais evidente: a bola girou de um lado para o outro, mas faltou quase sempre o rasgo decisivo, o movimento imprevisível que deixasse o Casa Pia a tremer. Praticamente nunca aconteceu, apesar do remate cruzado de Jota Silva e do cabeceamento de André Silva.
Quando a bola esteve do outro lado, o cenário mudou: a paciência e o passe curto davam lugar a uma vertigem que deixava a defesa vitoriana de cabeça em roda. Com os setores muito distantes, a equipa de Álvaro Pacheco viu as tabelas rápidas ancoradas em Clayton causarem sobressaltos e golos: Clayton foi subtil ao desviar a bola de Charles, aos quatro minutos, e Pablo Roberto teve arte para marcar após driblar o guarda-redes vitoriano, aos 35. Duplexe Tchamba fez a arrancada do desafio, mas o chapéu acabou travado pelo poste.
André André e João Mendes entraram ao intervalo, o sistema tático mudou para 4x2x3x1, e o futebol vitoriano melhorou. A equipa de Álvaro Pacheco foi mais eficiente a anular as tentativas casapianas de contra-ataque e também a movimentar a bola para Bruno Gaspar aparecer com espaço para cruzar na direita. O volume ofensivo cresceu, as aproximações à área sucederam-se, mas as oportunidades foram pontuais. Muitos remates acabaram intercetados na defesa casapiana e outras possíveis ocasiões perderam-se nas hesitações dos atacantes.
Kaio César deu imaginação e objetividade a uma equipa que ameaçou reduzir nos instantes finais, mas sem sucesso. Era demasiado tarde para mudar o destino traçado desde bem cedo.