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Árvore de Natal é passo para Guimarães ser mais inclusiva para daltónicos

Redação
Sociedade \ quarta-feira, dezembro 21, 2022
© Direitos reservados
Código ColorAdd, criado pelo investigador Miguel Neiva, está incorporado numa estrutura com enfeites de várias cores num dos centros comerciais do território. Saúde e segurança entre utilidades.

A árvore é um dos ex-libris do Natal, revestindo-se sempre de múltiplas cores. Em 2022, a árvore do centro comercial Espaço Guimarães reveste-se de bolas brancas, cinzentas, laranja, azuis, vermelhas, amarelas, púrpura, mas com símbolos associados. São os símbolos do Color.ADD, alfabeto para pessoas daltónicas criado pelo portuense Miguel Neiva, designer de comunicação associado à Universidade do Minho.

Presente na inauguração da árvore, decorrida nesta quarta-feira, o autor e fundador da organização não-governamental Color.ADD Social vincou que a divulgação de um alfabeto em vigor em Portugal e em Espanha, mas que também já se começa a difundir por França e por Itália, é um “dos caminhos para a promoção de um mundo melhor”.

“Vivemos tempos difíceis, com uma pandemia e uma guerra, mas sinto que é um privilégio viver este momento. Aqui nasceu o Color.ADD, numa tese de mestrado na Universidade do Minho. Vejo vários parceiros transformadores da sociedade, as autarquias e os hospitais”, frisou.

Num mundo com 350 milhões de daltónicos, mais de meio milhão deles em Portugal, o código pode tornar “os serviços de saúde mais eficientes”, nomeadamente em casos em que o profissional de saúde é daltónico. “Hoje o mundo é pensado para ser a cores. Hoje, na saúde, pode ser útil na sinalética ou na indicação da prioridade a um doente, como é a triagem de Manchester. No limite, a má identificação de uma cor pode por em perigo a prestação de cuidados de saúde”, realçou João Miranda, membro do conselho de administração do Hospital Senhora da Oliveira.

Já a vereadora da Câmara Municipal para a ação social, Paula Oliveira, realçou que o Color.ADD é mais um mecanismo para afirmar o “sentimento de pertença e solidariedade que distingue Guimarães”. “A sociedade distingue-se pela forma como trabalha pelos mais frágeis. Queremos ser cada vez mais uma cidade de conhecimento, de território, de cultura, ao serviço da inclusão”, vincou, defendendo que “a única realidade que pode ser a preto e branco é a do Vitória”.

O maior emblema desportivo de Guimarães esteve representado na cerimónia, com o vice-presidente Armando Guimarães a referir que a associação entre Vitória e Color.ADD faz daquele dia algo de “muito feliz”. “O Vitória tem, na sua génese, o princípio de não discriminação e tem uma dimensão social. “O Vitória tem de ter essa preocupação com a inclusão e com a educação para a inclusão”, disse.

Já a diretora do centro comercial, Joana Rocha, admitiu que o alfabeto pode servir alguns dos cerca de seis milhões de visitantes que afluem anualmente àquele espaço.

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