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Colóquio internacional revisita investidura de D. Afonso Henriques

Sofia Rodrigues
Cultura \ segunda-feira, novembro 17, 2025
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Colóquio Internacional "Gestualidade Feudal, Nos 900 Anos da Investidura de D. Afonso Henriques" reuniu investigadores de Portugal e Espanha, em Guimarães, para refletir sobre a fundação de Portugal.

O Colóquio Internacional “Gestualidade Feudal, Nos 900 Anos da Investidura de D. Afonso Henriques (Zamora, 1125)” decorreu a 14 e 15 de novembro, em Guimarães, reunindo especialistas portugueses e espanhóis para discutir o significado simbólico, político e histórico da investidura do jovem infante, ocorrida em Zamora, no Pentecostes de 1125.

Na abertura do encontro, a vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Guimarães, Isabel Ferreira, lembrou que o evento tem lugar "num dos mais importantes lugares do pensamento, cultura e ciência de Guimarães". A autarca sublinhou que a iniciativa representa "um gesto de conhecimento e projeção coletiva", afirmando que revisitar a investidura de D. Afonso Henriques à luz da investigação atual é um exercício que combina "história, rigor e curiosidade".

Promovido pelo Município de Guimarães, com o apoio de várias instituições académicas e científicas, o colóquio integra o programa das "Comemorações dos 900 Anos da Batalha de São Mamede (1128–2028)". O objetivo central do encontro foi analisar a investidura de 1125 como rito de passagem e marco na afirmação da legitimidade régia, abrindo caminho à consolidação do poder político que culminaria na independência de Portugal.

O presidente do colóquio, José Augusto Sottomayor-Pizarro, destacou que a investidura assinalou "a entrada do jovem infante na vida pública" e a assunção de responsabilidades que sustentariam a sua autoridade política. Referiu ainda que iniciativas deste género permitem contextualizar historicamente os atos fundadores do Estado português.

Também Luís Carlos Amaral, coordenador da Comissão Científica das comemorações, reforçou que o encontro oferece "uma reflexão aprofundada sobre a gestualidade feudal enquanto rito de passagem", permitindo compreender como a cerimónia em Zamora contribuiu para o percurso político de D. Afonso Henriques.

O primeiro dia do colóquio contou com intervenções de Fernando López Alsina, José Carlos Ribeiro Miranda e Adelaide Miranda, que abordaram o simbolismo das cerimónias de cavalaria, as relações políticas entre os reinos peninsulares e as representações artísticas da figura régia. Os contributos permitiram cruzar perspetivas sobre o contexto social e cultural do século XII.

O programa prosseguiu no sábado com sessões dedicadas às expressões rituais e artísticas da Idade Média, analisando temas como o poder da imagem, os juramentos de vassalagem e a dimensão performativa dos gestos associados à formação da monarquia portuguesa.

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