Com Abação, Guimarães passa a ter 20 escolas com painéis fotovoltaicos
Os 13 painéis fotovoltaicos atribuídos ao Agrupamento de Escolas de Abação, na sequência do Orçamento Participativo (OP) das Escolas de 2019, já produzem energia elétrica para abastecer as duas escolas sediadas na freguesia de Abação. Com os nove engenhos instalados na EB 2 e 3, a sede do agrupamento, e os quatro implementados na EB1/Jardim de Infância Agostinho da Silva, o concelho reúne agora 20 estabelecimentos de ensino capazes de gerar eletricidade, segundo dados fornecidos ao Jornal de Guimarães pela Câmara Municipal.
Na sequência do contrato de aquisição de painéis, num valor de nove mil euros, assinado a 02 de dezembro de 2021, o Agrupamento de Escolas de Abação espera “recuperar o investimento em dois ou três anos” para depois ter “uma fatura energética mais suave”, adianta ao Jornal de Guimarães o subdiretor Agostinho Lopes.
O responsável admite ser ainda impossível estimar as poupanças, quer na EB1/JI Agostinho da Silva, face às obras em curso no edifício, quer na EB 2 e 3, porque o tempo de funcionamento ainda é pouco. “Só daqui a um mês ou dois vamos começar a ter o reflexo do investimento, porque as faturas não se notam logo no mês seguinte. Mas o que está previsto é uma redução à volta dos 20 a 30% por mês na fatura”, realça o docente.
Segundo o responsável, a EB 2 e 3 pagava até agora cerca de 3.000 euros em consumo de energia durante os meses de primavera, verão e outono e cerca de 5.000 em cada um dos meses de inverno, para garantir o aquecimento interior e a iluminação exterior, mais tempo ligada. “O consumo grande está na iluminação da parte exterior da escola, com os candeeiros. A escola está toda iluminada. São muitos candeeiros. Mas a escola está iluminada para sua proteção”, acrescenta.
Apesar da verba de nove mil euros corresponder ao teto dos projetos viabilizados pelo OP das Escolas, Agostinho Lopes realça que a instalação de painéis não é “condicionada pelo valor”. É aquela que cobre os equipamentos necessários para “diminuir a fatura energética em meses de muito frio” e para estar à altura das “questões ambientais”, com “energia mais limpa”.
A instalação de painéis que transformam o calor do sol em energia elétrica arrancou em 2010, em seis das freguesias do concelho: Caldelas, Creixomil, Lordelo, Pinheiro, Polvoreira e Santo Tirso de Prazins. A escola de Lordelo onde se encontram os painéis, a EB1/JI do Alto, já encerrou.
Coletores solares em 16 escolas. Sistemas de termossifão solares em outras tantas
O parque educacional de Guimarães dispõe ainda de painéis solares para aquecimento de água, em substituição de fontes como o gás propano. Os sistemas de termossifão, responsáveis por captar energia solar e aquecer depósitos de água anexos ao painel, encontram-se em 16 escolas. Já os coletores solares, que alimentam depósitos de água colocados no interior dos edifícios, estão instalados em outras tantas escolas. É o caso da EB 2 e 3 de Abação: dispõe de “cinco painéis solares ligados a uma bomba de calor”, graças a um investimento de 10 mil euros ao abrigo do OP das Escolas de 2018. Antes de contar com os equipamentos, a escola consumia sete toneladas de gás por ano. Agora consome três, descreve Agostinho Lopes.
Além da poupança de dinheiro, o agrupamento polui menos. “No gás, não se tratava tanto do custo de fatura, mas também a própria poluição, porque aqui não temos gás natural. Tínhamos gás propano. É um gás mais poluente. Tínhamos a caldeira a trabalhar todo o dia e contribuíamos para a poluição. Agora a caldeira praticamente não trabalha. Quando há sol, a água mantém-se quente”, esclarece.