Com “expetativas superadas”, Fest in Folk está a “pequeno passo” da UNESCO
O regresso em pleno do Fest’In Folk Corredoura atraiu a Guimarães o folclore do Brasil, do Equador, de França, da Eslovénia, da Guiné-Bissau e da Geórgia, quatro grupos portugueses, do Minho ao Ribatejo, e cerca de cinco a seis mil pessoas para assistirem às três galas no campo de São Mamede, culminar de um programa que também oferecia workshops de dança no centro histórico e no Guimarães Shopping, e também a exposição “O Mundo a trajar em Guimarães”, no mesmo centro comercial.
Quando olha para tudo o que aconteceu na cidade-berço entre 8 e 14 de agosto, o presidente do Grupo Folclórico da Corredoura, Henrique Macedo, fala de “expetativas superadas”. “O festival ultrapassou todas as expetativas. Depois de uma paragem de dois anos por causa da pandemia, estávamos com algum receio quanto à retoma, mas o festival decorreu a um nível elevadíssimo”, esclarece o dirigente, responsável desde 2011 pelo conjunto fundado há 66 anos.
Além de enaltecer as “tradições diferentes, trajes diferentes, maneiras de estar completamente diferentes” dos vários grupos em atuação - “a França traja de maneira diferente de todos os outros, as cores do Brasil não têm nada a ver com as do Eslovénia, e o Equador traz uma alegria diferente da dos outros todos”, especifica -, Henrique Macedo enaltece as condições da Escola Secundária Martins Sarmento para acolher os cerca de 150 participantes – “tem condições únicas no país” – e avança que a certificação do Conselho Internacional de Organizações de Festivais de Folclore e de Artes Tradicionais (CIOFF), reconhecida pela UNESCO, pode ser consumada em breve.
“Todas as indicações que tive vão no sentido de termos a certificação. Só em assembleia-geral do CIOFF Internacional haverá decisão final. Poderemos estar a um pequeno passo de sermos certificados pelo CIOFF. É uma honra e um privilégio para o Grupo Folclórico da Corredoura, mas também para o folclore vimaranense”, aponta.
Por “muito orgulho” que tenha no lugar da Corredoura e na vila de São Torcato, o responsável frisa que a cidade oferece as melhores “condições de organização e logística” para um evento com a dimensão do Fest’In Folk, em que os grupos sujeitos a “viagens muito longas” gostam de ser presenciados “com muito público” e “cenários diferentes”; na perspetiva do dirigente, o campo de São Mamede, com o Castelo de fundo, preenche esse requisito. “O cenário é único, não só no país, mas além-fronteiras”, atesta.
Ainda assim, o Grupo Folclórico da Corredoura mantém viva a ligação à freguesia com “a celebração ecuménica na basílica de São Torcato”, nas manhãs do domingo que encerra o festival. “É a basílica da freguesia a que pertencemos, com muito orgulho”, diz.
Se o processo chegar a bom porto, o Fest’In Folk Corredoura será o 13.º festival no país com selo CIOFF. Até agora, estão certificados 10 eventos em Portugal Continental, incluindo os minhotos FolkMonção e o Festival Internacional de Folclore Rio, em Barcelos.