Conversas, showcooking e 18 restaurantes com os seus Caldos e Carnes
Guimarães pode aproveitar o primeiro fim de semana de novembro para “recuperar” parte dos “hábitos alimentares que se foram perdendo”, mas “aliando tradição e inovação”, crê António Loureiro, chef do único restaurante da cidade com Estrela Michelin, A Cozinha.
O fim de semana em causa, de 04 a 06 de novembro, acolhe o Caldos e Carnes, terceira e última etapa do Minho Gastronómico, programa do consórcio Minho.In – Amar o Minho que já passou por Viana do Castelo, com os doces – 07 a 09 de outubro -, e por Braga, com o peixe – 21 a 23 de outubro.
Explicado por Álvaro Dinis Mendes, um dos chefs do restaurante Cor de Tangerina, o programa inclui showcooking de vários pontos do Minho – galo assado, de Barcelos, ou cachena e queijo de cabra, de Melgaço - provas de vinhos, duas iniciativas que relevam o processo do “prado ao prato” – passeio pelas hortas comunitárias de Creixomil e mercadinho biológico no Museu Alberto Sampaio – e ainda quatro conversas, norteadas pelo conceito dos quatro elementos.
A cargo de Liliana Duarte, a outra chef do Cor de Tangerina, esse ciclo arranca às 11h00 de cinco de novembro, um sábado, com o elemento “vento” (ar), e prossegue às 15h00 com “terra”, mais voltada para “a narrativa da sustentabilidade alimentar”, antes de, no domingo, atravessar o “fogo”, às 11h00, com a presença do engenheiro florestal Manuel Fernandes e de Teresa Mendes, professora da Escola de Hotelaria do Porto, e navega pela “água”, com a colaboração de Carlos Ribeiro, diretor executivo do Laboratório da Paisagem, e Cynthia Luderer, investigadora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho.
Outra das iniciativas que marca o programa é a residência gastronómica, com alunos de várias escolas de cozinha do Minho, que chegam a Guimarães no dia 02 e apresentam os resultados do seu trabalho às 19h00 de domingo. A iniciativa extravasa, contudo, os limites do Instituto de Design, já que 18 restaurantes, de Pevidém a São Torcato, terão ementas específicas de carnes e caldos, de 29 de outubro e de 06 de novembro.
Promoção conjunta da região traz vantagens turísticas, defende vereador
Primeira secretária da Comunidade Intermunicipal do Ave, Marta Coutada adiantou que a iniciativa Minho Gastronómico tem um orçamento de 230 mil euros, financiado pelo Norte 2020 e repartido pelas três etapas, e defendeu a “promoção dos recursos endógenos do Minho” como um todo. “A sua gastronomia e o seu vinho são riquezas do Minho como um todo. Daí promovermos estes fins de semana nas três principais cidades do Minho: Viana, Braga e Guimarães", disse.
O vereador municipal com o pelouro do turismo reforçou essa ideia, vincando que, ao “promover Guimarães” ao nível da gastronomia, faz sentido “promover tradições com origem comum”. “O Minho tem características especiais a nível das tradições e da gastronomia”, disse.
Para Paulo Lopes Silva, os concertos e as performances de teatro entre a degustação e a preocupação com a sustentabilidade ambiental e alimentar são os outros vértices de um evento que espera que atraia “milhares”, apesar de ser difícil estimar a adesão quando se trata de espaço público.
“Houve preocupação de ir das hortas ao mercado, de perceber os produtos que são locais. Vamos ter essa preocupação em promover a gastronomia local na população. E temos a residência gastronómica com aqueles que têm conhecimento para pegar nas tradições e torná-las mais contemporâneas”, referiu.