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Coligação critica entrega de imóvel para creche a cooperativa em Mesão Frio

Tiago Mendes Dias
Política \ quinta-feira, novembro 09, 2023
© Direitos reservados
Vereador Hugo Ribeiro critica a entrega da antiga escola de Paçô Vieira a cooperativa liderada pelo presidente da Junta de Mesão Frio. Vereadora da ação social diz-se perplexa com essa crítica.

A cedência da antiga escola básica de Paçô Vieira à cooperativa Mais Mesão Frio, ao abrigo de um contrato de comodato válido por 20 anos, para a instalação de uma creche foi aprovada na reunião de Câmara desta quinta-feira, com os votos a favor da maioria socialista que compõe o executivo e os votos contra da coligação Juntos por Guimarães (JpG).

Um dos vereadores da coligação que reúne PSD e CDS-PP, Hugo Ribeiro, enalteceu o facto de a Câmara Municipal disponibilizar mais espaços para creches, indo ao encontro da proposta apresentada pela coligação JpG nas Eleições Autárquicas de 2021, mas lamentou a forma de executar a medida, tendo lamentado o que considera “estratégia tentacular”.

Para o social-democrata, a entrega do imóvel a uma cooperativa criada em abril deste ano e liderada pelo presidente da Junta de Freguesia de Mesão Frio, José Silva, eleito em 2021 pelo PS, “fere de morte uma medida que tinha tudo para ser uma solução aceitável”.

“O voto contra não é contra a constituição das creches. Quem elegeu como prioridade a constituição das creches fomos nós, no programa eleitoral. Só depois de o problema ser gritante, o PS vem a correr resolver o problema. A cooperativa foi constituída em abril. Não estamos a falar de um caso como o de Brito, em que a instituição que vai acolher a creche tem um enorme historial”, explicou.

Hugo Ribeiro frisou ainda que a disponibilização de antigos edifícios escolares para creche contraria o argumento da Câmara Municipal de Guimarães de que era difícil oferecer novas vagas, devido à complexidade dos processos junto do Instituto da Segurança Social.

 

“Estratégia tentacular não faz parte do meu vocabulário”

Confrontada com a sugestão de “estratégia tentacular” a nível político, a vereadora com o pelouro da ação social diz que tal forma de agir “jamais passaria pela sua cabeça”, tendo vincado que o projeto foi apresentado à Comissão Social Inter-freguesias de Couros, no âmbito da Rede Social, e aceite sem qualquer entrave por parte das autarquias que a compõem.

“Estratégia tentacular não faz parte do meu vocabulário, da minha forma de vida, do meu ADN. Na vida, nós espelhamos que somos. O vocabulário utilizado espelhou provavelmente a forma de agir de quem o proferiu”, disse Paula Oliveira.

A responsável considerou a argumentação de Hugo Ribeiro “completamente ilógica”, quando se considera unanimemente que “é preciso criar vagas em creches”, e realçou que o licenciamento junto da Segurança Social continua a ser complexo. “O programa funcional da creche, da responsabilidade da Segurança Social, continua a ser muito complexo”, acrescentou, referindo que o edifício estará dotado de berçário, creche e pré-escola.

Para aprovar a cedência à cooperativa, a proposta incluiu a revogação do contrato de comodato previamente em vigor, celebrado em 11 de julho de 2014, que entregava o edifício diretamente à Junta por 20 anos.

Paula Oliveira esclareceu ainda que a Câmara não desistiu do edifício do Verbo Divino para a instalação de uma creche com 120 vagas, estando as negociações em curso.

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