Creches. "Taxa acima da média do país" não evita "lista de espera alta"
As vagas de creches existentes em Guimarães voltaram a ser tema de discussão na reunião de câmara desta quinta-feira, esgrimindo-se novamente argumentos sobre um assunto já várias vezes debatido.
Bruno Fernandes, vereador da Coligação Juntos por Guimarães, referiu, antes da ordem do dia, que “a lista de espera em Guimarães continua altíssima”, o que, no seu entender, leva a que tenham de ser adotadas medidas complementares às do governo, que recentemente começou a suportar parte das despesas das creches.
“O governo reconhece um défice muito grande de equipamentos e respostas a este nível”, frisou Bruno Fernandes, dando exemplos de municípios que têm implementado medidas complementares no apoio às famílias que necessitam deste recurso. “Sinto que os municípios, tal como o governo, têm consciência que esta é uma problemática e não estão a encontrar soluções”, apontou.
Paula Oliveira, vereadora com o pelouro da ação social, concordou que “há efetivamente um défice” a este nível, o problema “está identificado”, mas “a taxa de cobertura em Guimarães está acima da média a nível nacional”, frisou a vereadora.
Este facto, assume Paula Oliveira, faz com que o concelho de Guimarães não seja “considerado prioritário pelo governo, no âmbito do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência”, na medida em que há municípios com carências muito grandes.
Ainda assim, destaca a responsável máxima pela ação social em Guimarães, “temos uma rede de IPSS’s muito forte”, o que fez com que num cenário não prioritário, de catorze candidaturas a fundos, uma - Associação Mais Polvoreira - conseguiu apoios para criar 84 vagas de creche.
A vereadora deu conta que muitas vezes o que aconteça é a duplicação de dados nas listas de espera – caos de pais que inscrevem os filhos em mais do que uma creche –, informando ao mesmo tempo que está a ser finalizado o Plano de Desenvolvimento Social Inclusivo de Guimarães, que permitirá fazer o diagnóstico destas situações.
Apesar das justificações, Bruno Fernandes considerou que é necessário fazer mais, propondo utilizar escolas, ou outras estruturas devolutas, para poderem colmatar a falta de resposta. “Não há freguesia nenhuma neste concelho que não tenha problemas de resposta social para deixar os filhos, entre os seis meses e os três anos. Há um défice brutal nas vagas”, disse.