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Crocodile Club: num "teatro político", a "voz" de alerta do Teatro Oficina

Bruno José Ferreira
Cultura \ quinta-feira, outubro 17, 2024
© Direitos reservados
Estreia esta sexta-feira a mais recente produção do Teatro Oficina, Crocodile Club, de Mickaël de Oliveira. O público é convidado a “promover o diálogo sobre o discurso de ódio” que tem proliferado.

Uma “equipa gigante”, um “grupo de intérpretes muito competentes”, “vídeo, imagem, câmara”, e, entre outros, uma “bela banda sonora”. Estes são os predicados da mais recente produção do Teatro Oficina, que estreia esta sexta-feira no Grande Auditório do Centro Cultural Vila Flor, com nova dose no sábado.

Crocodile Club promete “quase duas horas de espetáculo” em que Mickaël de Oliveira – responsável pela escrita e direção da peça – recria “um ambiente político relacionado com a subida da extrema-direita no mundo, e em Portugal”.

“É uma típica obra de teatro político”, cataloga Mickaël de Oliveira antes de mais um ensaio em que a imprensa pôde espreitar os trabalhos. Entre afinações de som, timings de entrada em cena e outros retoques, o diretor dá conta que para lá da vertente de “paródia ao género de um filme de terror” estamos perante uma “peça muito lúdica”.

Produzido pelo Teatro Oficina e o Colectivo 84, “Crocodile Club é um espetáculo que visa promover o diálogo sobre estas questões, sobre o discurso de ódio e de violência que se tem massificado no nosso país; de forma surpreendente depois de uma ditadura de 41 anos e que acabou há 50”, explica o diretor.

Por outro lado, considera, “é também uma boa forma de assinalar os trinta anos do Teatro Oficina: uma forma de o Teatro Oficina ter alguma voz sobre o que se está a passar, o discurso de ódio, de violência – que discrimina –, é gravíssimo”, atira o encenador, reforçando que a trama “requer uma atenção e uma escuta para pensar o que é a extrema-direita atualmente, algo grave, que está no espaço doméstico e quebra laços”.

Com um elenco de luxo, onde pontuam nomes como Afonso Santos, Bárbara Branco, Beatriz Wellenkamp Carretas, Fábio Coelho, Gabriela Cavaz, Inês Castel-Branco e Luís Araújo, depois da estreia em Guimarães a peça segue pelo país.

Para já, em vésperas da estreia, Mickaël de Oliveira não nega o “ansioso miudinho que há sempre”. A cortina corre às 21h30 desta sexta-feira e sábado para as duas edições de estreia no Grande Auditório do Centro Cultural Vila Flor.

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