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Cultura de Jardim. Revelação de artistas internacionais no(a) Manta

Redação
Cultura \ domingo, julho 21, 2024
© Direitos reservados
De entrada gratuita, o Manta deste ano terá lugar a 13 e 14 de setembro no jardim do Vila Flor. Basta aparecer com a manta, estará lá artistas internacionais em estreia.

As salas de espetáculos não precisam de abrir portas; o palco faz-se no jardim, com o Jardim do Centro Cultural Vila Flor a acolher mais uma edição do Festival Manta, este ano nos dias 13 e 14 de setembro – sexta-feira e sábado.

O cartaz aposta na revelação de artistas internacionais, em alguns casos, de absoluta confirmação noutros. Segundo Rui Torrinha, “poder ouvir Still Corners, MALVA, Billie Marten (em estreia absoluta) e Meskerem Mees em duas noites consecutivas, é configurar o relvado do Centro Cultural Vila Flor num ponto radiante do universo e fazê-lo ressoar pela poética única e intransferível de quem canta deste jeito”.

“O Manta toca-nos no íntimo, porque vem de lá. Tal como a música que, delicada, nos devolve a confiança na beleza”, dá conta o diretor artístico do CCVF e de Artes Performativas d’A Oficina.

Com entrada gratuita, o Manta abre no dia 13 de setembro, às 21h30, com MALVA, um projeto de Carolina Viana que se deu a conhecer em redoma (dupla portuense de sonoridade rap e ritmo desconstruído e poético que formou com a produtora Joana Rodrigues). Em 2023, Carolina Viana deu um passo a solo para fora da redoma, em busca de uma linguagem individual, assumindo a personalidade artística de MALVA, com o lançamento do seu álbum de estreia “vens ou ficas” (incluído em diversas listas de melhores discos nacionais do ano), onde é possível conhecer um universo introspetivo e de reflexão, através da voz, guitarra acústica, baixo elétrico e violoncelo. 

A partir das 22h30, o palco irá pertencer aos Still Corners, projeto musical de Tessa Murray e Greg Hughes, formado em 2009, quando Murray encontrou Hughes, por acaso, numa estação de comboios, em Londres. Esse encontro casual fez com que, ao longo da última década, a banda tenha lançado uma torrente de temas que são ao mesmo tempo meditativos, exploratórios e românticos, navegando num desert noir cintilante que se inspira na aura mística das vastas paisagens do deserto, premonitórias e enigmáticas. Em abril deste ano, os Still Corners lançaram o seu sexto álbum, “Dream Talk”, um trabalho com dez temas primorosamente arranjado, elegante e nostálgico. Da abertura outonal de “Today is the Day” até à conclusão de uma quente noite de verão com “Turquoise Moon”, os Still Corners criaram, neste longa-duração, um som melancólico, gracioso e sedutor que teremos o privilégio de ouvir, ao vivo, no Manta. 

No dia seguinte, 14 de setembro, os jardins do CCVF abrem-se para uma tarde em família. A partir do universo da música haverá oficinas de experimentação musical para todas as idades. A cargo da WeTumTum, estas oficinas têm como objetivo desmistificar a construção e execução da música, edificando de forma lúdica e informal experiências que permitem cultivar o corpo e a mente usando os instrumentos. Sem complicar, e brincando, aprende-se, e a jogar edifica-se. Denotadas pelo à vontade e boa disposição, estas oficinas são uma possibilidade de fazer e compor música em grupo, através de experiências e desafios que mexem com instrumentos ao alcance de todos.

A segunda noite do Manta recebe, às 21h30, a singer-songwriter belga, Meskerem Mees. Armada apenas com a sua voz intrigante, a viola acústica e o violoncelo da sua amiga Febe, Meskerem transforma as suas músicas no mais doce dos deleites auditivos. Os momentos instrumentais trazem uma tonalidade melancólica, o violoncelo chora as suas plangentes notas musicais, a guitarra solitária suspira uma melodia efémera que se aloja no nosso cérebro, mergulhando-nos numa febre hipnótica cujas ressonâncias, temos a certeza, assentarão como uma luva nos matizes dos jardins do CCVF.

As honras de encerramento cabem a Billie Marten, que se estreia em absoluto no nosso país. Billie Marten é uma artista que serve dois mestres. Se a intenção for analisar cada palavra que ela canta, será fácil encontrar uma profusão de reflexões luminosas sobre temas como o amor, a perda e o amadurecimento. Se o objetivo for apenas um som de fundo suave e melódico enquanto fazemos qualquer outra coisa, bem, a música de Marten também é ótima para isso. Em “Drop Cherries”, o seu quarto álbum lançado em oito anos, a cantautora norte-americana impõe ao ouvinte uma espécie de autorreflexão hipnótica. A sua voz aveludada conduz-nos pelo caminho intricado de um relacionamento, passando por turbulências e culminando num momento singular envolto pelos sentimentos avassaladores do amor. O álbum imerge numa divagação onírica onde as letras, baseadas nas histórias de Marten, são nebulosas, como se estivéssemos a ver um filme antigo. Todos sabemos que quando Billie Marten lança um novo disco nos espera um folk aveludado, salpicado com letras introspetivas e poéticas e uma composição cuidada e atenta. Não há muitos artistas aos quais possamos confiar, ano após ano, álbuns excelentes. Billie Marten está entre eles, entre os melhores deles, e disso seremos testemunhas nesta edição do Manta.

Basta uma manta, para vivenciar o Manta no jardim do Centro Cultural Vila Flor, a 13 e 14 de setembro.

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