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No Curtir Ciência, alunos do 3.º ano têm semana para aprender a “brincar”

Tiago Mendes Dias
Ciência & Tecnologia \ terça-feira, maio 23, 2023
© Direitos reservados
Da geologia à robótica, o Escola Ciência Viva oferece experiências impossíveis de replicar na sala de aula. Vocacionado para escolas da periferia do concelho, o projeto abre com a Eirinha (Serzedelo).

Observar as células da cebola ao microscópio, apreciar um charco onde saltitam rãs e pairam libélulas, aprender geologia caminhando pelas ruas da cidade, robótica em Couros ou matemática através do mosaico da Igreja de Nossa Senhora da Consolação e Santos Passos – a de São Gualter, assim é mais conhecida: todas essas experiências cabem no projeto Escola Ciência Viva, que, em Guimarães, arrancou nesta terça-feira, com as crianças da escola EB1 da Eirinha, de Serzedelo.

Concebido para alunos do 3.º ano de escolaridade, o projeto de âmbito nacional, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência, visa levar “a escola ao espaço da ciência”, realça o diretor do Curtir Ciência, o centro Ciência Viva de Guimarães.

“É um plano de quatro dias extremamente preenchido, em que vão trabalhar tudo o que têm de trabalhar no 3.º ano de escolaridade, mas de forma experimental, com atividades de campo, sem ser na escola, sem ser dentro de quatro paredes”, resume Júlio Borges.

Ainda assim, os estudantes contam com uma recriação da sala de aula em Couros; o espaço da domótica, entretanto desativado, deu lugar às carteiras e aos lápis, com cadeiras voltadas umas para as outras, sob a orientação dos monitores do Ciência Viva – biólogos ou geólogos – e de duas professoras da área da matemática e das ciências da natureza. “É uma semana para trabalhar ciência, para brincar com ciência, num espaço preparado para eles”, acrescenta o professor.

 

Engenho de robótica no Curtir Ciência, em Couros © Tiago Mendes Dias/JdG

Engenho de robótica no Curtir Ciência, em Couros © Tiago Mendes Dias/JdG

 

Atrair as escolas mais afastadas

A iniciativa complementa também a relação prévia entre o Curtir Ciência e os agrupamentos de escolas de Guimarães: até agora, eram os monitores do centro que se deslocavam às escolas para “fazerem atividades”, ao abrigo da proposta Clubes de Ciência Viva, lançado em 2018 e financiado inicialmente pelo Programa Operacional Capital Humano (POCH).

Com o projeto recém-iniciado, os papéis invertem-se. Um dos objetivos do centro Ciência Viva é o de atrair as escolas mais periféricas do município, pese os custos dos autocarros serem obstáculo. Júlio Borges lembra a atividade a desenvolver com o Agrupamento de Escolas João de Meira no dia 30 de maio, a propósito do Dia do Geólogo – é 26 de maio, no caso -, para explicar que é impossível replicar uma iniciativa assim com uma escola mais periférica; o Escola Ciência Viva tenta, por isso, colmatar essa desigualdade de acesso à aprendizagem científica.

“Escolas de Pevidém, de Briteiros, das Taipas, Abação, Virgínia Moura [sede em Moreira de Cónegos] ou do Vale de São Torcato não conseguem vir aqui, ainda por cima com os preços a que os autocarros estão. As mais afastadas são as que têm menos oportunidade de vir cá”, diz Júlio Borges.

O diretor do Curtir Ciência sublinha ainda a atenção aos Territórios Educativos de Intervenção Prioritária, considerados “económica e socialmente desfavorecidos, marcados pela pobreza e exclusão social”; no caso de Guimarães, a iniciativa abrange os agrupamentos de escolas Fernando Távora, em Fermentões, e Vale de São Torcato.

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