Conselho Vitoriano demite-se após relação com outros órgãos “deteriorar-se”
O Conselho Vitoriano demitiu-se por unanimidade, com efeito imediato, numa decisão anunciada este sábado, em comunicado enviado à imprensa. A justificação para o ato é o crescente distanciamento face aos restantes órgãos sociais, verificado na sequência das assembleias gerais extraordinárias de 03 de março e de 19 de maio, nas quais se discutiram e votaram os termos do acordo para a compra de 46% das ações da SAD pelo fundo V Sports.
“No seguimento dessas intervenções nas duas AGE, o Conselho Vitoriano foi surpreendido pelo desconforto manifestado por outros órgãos sociais, que então discordaram da sua postura interventiva”, refere o comunicado.
Para os 11 elementos que assinam a nota - Pedro Freitas, Américo Correia, Carlos Alpoim, Francisco Guise, César Machado, José Gaspar Jordão, Pedro Ribeiro, Vasco Rodrigues, Fernando Ribeiro, Cristina Carvalho e Miguel Salazar -, o tempo confirmou “a pertinência dessas intervenções” e “todas as reservas do Conselho Vitoriano em relação aos termos do acordo”, com o tratamento dado pelos restantes órgãos sociais em relação ao Conselho Vitoriano a “deteriorar-se progressivamente”.
“A situação mais recente, relacionada com a próxima AG de 6 de Outubro, em que o Conselho Vitoriano não foi consultado, nem sequer informado, acerca da sua marcação ou da proposta de alteração estatutária, tendo tomado conhecimento de ambos os factos apenas pela Comunicação Social, veio confirmar que a Direção não conta mais com a colaboração deste Conselho Vitoriano”, acrescenta o órgão.
Convencido de que a situação se “tornou insustentável para o normal funcionamento da instituição Vitória Sport Clube, o Conselho Vitoriano entendeu que a demissão por unanimidade é “a solução que se impõe”, pelo que a comunicou com “efeito imediato”. Esse Conselho Vitoriano realça ter pautado sempre o seu comportamento pelo “fiel cumprimento das suas competências estatutárias” e das “linhas de orientação que tinha acordado com a direção no início do seu mandato”, procurando nortear-se pela “pluralidade e riqueza de opiniões de todos os conselheiros” e “pela defesa intransigente dos superiores interesses do Vitória Sport Clube”.
Direção lamenta timing e promete explicar afastamento
O comunicado do Conselho Vitoriano está também exposto no sítio oficial do emblema vitoriano, com a direção a vincar que o “Vitória SC é um clube democrático”. Apesar de divulgar o comunicado, o elenco liderado por António Miguel Cardoso lamenta que a decisão “fosse tornada pública no prazo de uma hora após a respetiva comunicação”, “na véspera de um jogo importante para a equipa principal de futebol” – Estoril Praia, domingo, às 18h00 -, apesar de ter solicitado “uma tolerância de 48 horas”, pedido que não foi aceite.
“A direção publica em anexo o teor do comunicado do Conselho Vitoriano cessante, mas não deixa de lamentar o “timing” escolhido. Em momento oportuno, serão explicados os reais motivos que levaram a esta tomada de posição e ao progressivo afastamento de todos os outros órgãos sociais deste Conselho Vitoriano”, lê-se na nota da direção.