Desemprego em Guimarães dispara em agosto. Tal como em 2022
Guimarães assiste, desde julho de 2022, a um crescimento implacável do desemprego, pelo menos aquele que está registado no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). Em agosto passado, o território assistiu ao maior crescimento absoluto de pessoas desempregadas desde o ano passado, no que respeita à contabilidade mês a mês: os 5.990 inscritos de julho de 2023 converteram-se em 6.402 no mês anterior, revela o mais recente documento publicado pelo IEFP, nesta quarta-feira. O Serviço de Emprego de Guimarães contabilizou assim mais 412 desempregados, número que traduz um crescimento de 7% entre um mês e outro.
O mais pronunciado aumento do desemprego em 2022 dera-se também entre julho e agosto: atingiu os 8%, após a subida de 4.958 para 5.348 inscritos, ainda assim menor em termos absolutos: mais 390 desempregados entre um mês e outro.
O concelho mais populoso da Comunidade Intermunicipal do Ave tem hoje mais 1.054 desempregados do que em agosto de 2022. Ao longo dos últimos 12 meses, a economia vimaranense tem-se debatido com quebras nas receitas com exportações, nomeadamente na indústria têxtil e do vestuário, o seu principal setor de atividade. Essa fase negativa tem-se traduzido em despedimentos – a Be Stitch despediu 60 dos 200 trabalhadores ao seu serviço – e em encerramentos, como na Fátima Lemos & Lemos, Lda., em Pevidém, onde trabalhavam 21 pessoas.
Quinto concelho no país com mais desempregados. De curta duração, sobretudo
Guimarães é o 14.º concelho mais populoso do país, segundo o Censos de 2021, mas, em agosto último, ocupava o quinto lugar entre os municípios com mais desemprego, numa tabela encabeçada por Lisboa (16.651 pessoas inscritas no IEFP). Seguem-se Vila Nova de Gaia, Sintra e Porto, todos eles acima dos 10 mil desempregados. No que respeita ao Quadrilátero Urbano, Braga aparece logo a seguir a Guimarães, com 5.735 pessoas inscritas no Centro de Emprego, acima de Vila Nova de Famalicão (3.488) e de Barcelos (2.199).
Segundo os dados do IEFP, a maioria dos vimaranenses inscritos no Centro de Emprego em agosto são mulheres (59,6%), já estiveram empregados (94%) e têm mais de 35 anos (76%); Guimarães distingue-se por ter mais inscritos acima dos 55 anos (2.531 pessoas) do que pessoas entre os 35 e os 54 anos (2.334), algo que, entre os 10 concelhos com mais desempregados, só se repete em Matosinhos.
A maioria dos desempregados são também de curta duração: entre os 6.402 inscritos, 3.873 estão-no há menos de um ano, o que perfaz 60,5% do total.