Deucalion: de Guimarães para o mundo, o “país passa estar melhor equipado”
“Portugal tinha uma lacuna na oferta de recursos computacionais, quer para os investigadores quer para as empresas”, alertou Madalena Alves, presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). Essa “lacuna” foi colmatada e Portugal passa, a partir desta quarta-feira, a dispor de um supercomputador ligado à rede europeia, que permite um “salto qualitativo ao nosso país” a este nível.
O Deucalion foi inaugurado na Universidade do Minho – polo de Azurém – com a presença de várias entidades, como o primeiro ministro – António Costa –, a ministra da ciência, tecnologia e ensino superior – Elvira Fortunato –, o presidente da Câmara Municipal de Guimarães – Domingos Bragança – ou o diretor adjunto da Supercomputação de Barcelona – Joseph Martonel – entre outros representantes de estruturas de países europeus.
Um momento solene que se justifica, no entender de Rui Vieira de Castro, pelo avanço tecnológico inerente à instalação do Deucalion. “Estamos perante um salto qualitativo na computação avançada no nosso país e na Europa. O país fica muito melhor equipado para os desafios da ciência, tecnologia e investigação”, vincou o reitor da Universidade do Minho.
Essencial em áreas como a saúde, a economia ou a transformação digital
Na ótica de Elvira Fortunato, a inauguração deste supercomputador constitui um marco “histórico” com esta infraestrutura, “não de Portugal, mas da Europa”, assegurando que esta ferramenta permitirá “o avanço da humanidade”: “é um exemplo de coesão territorial, vamos poder aceder em qualquer ponto da Europa a este supercomputador que está em Guimarães”, atirou.
António Costa, à boleia de intervenções anteriores referiu que susteve um dado: “Este supercomputador resolve numa hora um problema que um computador convencional demoraria 20 anos a resolver”, disse o primeiro ministro, brincando até com a situação.
“Apetece-me pedir emprestado umas três horinhas, uma vez que resolvia nesse período o problema da localização do novo aeroporto de Lisboa, que já leva 60 anos”, gracejou. Brincadeiras à parte, o primeiro ministro crê que o supercomputador permitirá avanços consideráveis em áreas como a saúde, a transformação digital, economia e muitas outras áreas.
“Ajuda a acelerar o nosso crescimento”, terminou, complementando que temos no país “conhecimento científico e tecnológico, e um tecido empresarial que fará com que esta aposta não seja em vão”, vincou. “Bem-vindos à computação avançada”, disse o próprio Deucalion através de um avatar. De Guimarães para o mundo, Portugal passa a estar melhor equipado graças ao supercomputador Deucalion. Investimento de 20 milhões de euros passa a estar ao serviço da investigação.