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Diretora da Xico enaltece o “saber-fazer” dado pelo Ensino Profissional

Tiago Mendes Dias
Educação \ quinta-feira, abril 21, 2022
© Direitos reservados
Vítima do “preconceitozinho” de que é para quem não estuda, o modelo deve ser olhado como “via de igual importância” aos cursos Científico-Humanísticos, frisa Rosalina Pinheiro.

O Centro Cultural Vila Flor (CCVF) acolheu uma média diária de 400 alunos na terça e na quarta-feira para a edição inaugural das Jornadas do Ensino Profissional; o Grande Auditório Francisca Abreu tanto reuniu estudantes dos cursos profissionais de Guimarães, como alunos das escolas EB 2 e 3 do concelho para ouvirem testemunhos de quem seguiu esse modelo na escola e hoje trabalha, de quem fundou essa via de ensino, em 1989 – Joaquim Azevedo -, e de figuras ligadas aos Institutos Politécnicos e às empresas.

Mais do que falar “sobre os alunos”, a iniciativa falou “com os alunos”, reitera ao Jornal de Guimarães a diretora do Agrupamento de Escolas Francisco de Holanda (AEFH), que inclui a Escola Secundária Francisco de Holanda - a Xico. Para Rosalina Pinheiro, o evento é um contributo para desconstruir o “preconceitozinho de que o Ensino Profissional é para quem não quer estudar muito, para os coitados”. “Isso não é verdade, de todo. (…) Enquanto entidade promotora da escola pública, queremos que o ensino profissional seja uma via de igual importância, que é a via dos cursos científico-humanísticos”, vinca.

 

“Estes técnicos vão para o mercado de trabalho com um saber-fazer e uma formação científica e geral de banda larga, que lhes permite aprender facilmente outras áreas técnicas”, Rosalina Pinheiro, diretora do AEFH

 

A docente sublinha até que um aluno de um curso Científico-Humanístico tem de “fazer a sua formação no Ensino Superior”, sob pena de ir para o mercado de trabalho “muito pouco qualificado”, ao contrário de um estudante de um curso profissional, que pode optar pelo Ensino Superior, pelo “mercado de trabalho” na sua área de interesse ou pelas “duas coisas”.

“Isso é uma mais-valia em comparação com um aluno de um curso Científico-Humanístico. Um aluno de um curso Científico-Humanístico sabe, mas não sabe fazer. (…) “Estes técnicos vão para o mercado de trabalho com um saber-fazer e uma formação científica e geral de banda larga, que lhes permite aprender facilmente outras áreas técnicas”, descreve Rosalina Pinheiro.

A relação com as empresas é outro dos vértices que ocupou a discussão sobre o Ensino Profissional, já que “a economia depende dos técnicos formados”, ainda que o 12.º ano não seja o “fim da formação” e a “aprendizagem ao longo da vida”, para “acompanhar o ritmo da sociedade”, seja cada vez mais um tema em voga, realça a diretora da AEFH.

Essa ligação já existe e deve ser aprofundada: “Tem de haver relação íntima entre Ensino Profissional e empresas. Recebemos indicações das empresas sobre o que precisamos para formar os nossos técnicos, mas simultaneamente falamos com as empresas sobre o que temos de levar ao nível da formação científica”, observa ainda.

A docente mostra-se aberta a que as Jornadas do Ensino Profissional se realizem nos próximos anos, quer sob organização do AEFH, quer sob organização de outros agrupamentos de Guimarães, caso haja discussão nesse sentido.

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