
Domingos Bragança diz não ver razão para dúvidas quanto ao BRT
O presidente da Câmara Municipal de Guimarães diz estar perplexo com as dúvidas que ainda suscita o projeto do metrobus (BRT), quer para ligação à futura estação de alta velocidade em Braga, quer para a mobilidade intraconcelhia entre a cidade-berço e o norte do concelho, e pediu que o seu sucessor no cargo, após as Autárquicas de 2025, não estrague o caminho até agora percorrido, vertido no protocolo entre Câmara de Guimarães, Câmara de Braga e Governo desde 03 de maio de 2023 e nos estudos já realizados.
“É curioso que, às vezes, ouço dizer que para ligar à alta velocidade até demora 45 minutos. Fico perplexo, porque considero sempre as outras pessoas inteligentes. Aquilo que se pretende é levar os passageiros ao longo da via dedicada, fazendo com que o metrobus resolva o problema do concelho de Guimarães, do transporte público fiável. (…) Não vejo razão para estas dúvidas”, vincou, durante a reunião do executivo municipal desta segunda-feira.
Confrontado com a afirmação de que a Comissão Política Concelhia do PS está “a fazer do presidente da Câmara refém” de uma outra visão para a mobilidade, proferida por Ricardo Araújo, vereador da coligação Juntos por Guimarães e candidato do PSD às Autárquicas de 2025, Bragança rejeitou essa tese – “se a partir de certo momento, fosse refém, teria de sair do cargo, porque já não representaria os vimaranenses” – e pediu a todos os quadrantes políticos união em torno de “uma oportunidade única”, ainda que defenda com “unhas e dentes” uma sociedade plural, onde vigora o direito a opiniões diferentes.
O autarca referiu ainda que gostaria de apresentar o projeto do BRT em abril, e afirmou ser ainda cedo para lançar estimativas fidedignas do investimento necessário. “Os valores só se sabem ao certo quando os projetos de engenharia definem os preços-base. Até lá são estimativas grosseiras, perceções de valor”, realçou.
O BRT vai contemplar “percursos diretos da cidade à alta velocidade”, que até podem ser reduzidos para 15 minutos, mas a maioria dos horários contempla todas as paragens, para se cumprir o objetivo de “um transporte público confortável e fiável para ser autêntica alternativa ao uso do automóvel”, em linha com os objetivos da Capital Verde Europeia 2026.
“Resolveremos o transporte público na zona norte do concelho. Quem morar, residir, trabalhar neste conjunto de freguesias e nas freguesias limítrofes tem resposta adequada, com fiabilidade. Poderá saber a que minuto o metrobus chega à paragem de cada freguesia. O que importa é recolher as pessoas de sítio para sítio. Se não fosse assim, teríamos o absurdo de quem vive na Calas das Taipas teria de pegar no transporte particular vir á Cidade e aceder à alta velocidade”, reiterou.
Domingos Bragança negou ainda que o futuro BRT opere como é aludido em algumas fotografias de transportes públicos já em funcionamento, tendo lembrado que o canal em via dedicada vai estar preparado para, no futuro, se transformar em metro ligeiro de superfície.
“O autocarro rápido em via dedicada não tem nada a ver com algumas fotografias que aparecem aí. Apenas não tem catenária, porque é alimentado a bateria de hidrogénio que dura imenso tempo, por centenas de quilómetros. Só não tem carril”, esclareceu.