Epopeia do andebol luso vale quarto lugar após jogo de suspense com França
Mal sofreu golo, o selecionador português, Paulo Jorge Pereira, saltou que nem uma mola para pedir desconto de tempo; os heróis do mar haviam sofrido o 35-34 e dispunham de 15 segundos para restabelecerem a igualdade e forçarem o prolongamento. A equipa regressou à quadra e protagonizou um desenho atacante irrepreensível, a isolar António Areia.
Nesse último frente a frente, o guarda-redes Charles Bolzinger travou o ponta direita luso e agarrou a medalha de bronze para a França. Portugal, por sua vez, viu-se esfumar o sonho de uma inédita medalha, mas não o orgulho de rubricar a melhor prestação de sempre em grandes competições e de se cotar entre as melhores seleções do mundo; apenas a Dinamarca, tricampeã mundial, foi claramente melhor nos nove jogos realizados.
A perder por 19-17 ao intervalo, Portugal reagiu na segunda parte, à boleia das defesas de Gustavo Capdeville e de um ataque variado, com Francisco Costa particularmente eficaz. Portugueses e gauleses alternaram a liderança do marcador até aos cinco minutos finais. Aí os campeões europeus tiveram sempre um golo de vantagem, com os heróis do mar a correrem atrás da igualdade até esse esforço soçobrar nos derradeiros segundos.
Nesta epopeia vivida a vermelho e verde, há também um cunho vimaranense. Além do central e capitão Rui Silva, o treinador adjunto Paulo Fidalgo, o médio Mário Soares e o presidente da Federação de Andebol de Portugal, Miguel Laranjeiro, deixaram a sua marca na página mais dourada da história da modalidade.