Estudo da UMinho afirma retorno económico dos veículos elétricos em 10 anos
Um veículo elétrico demora 10 anos a garantir retorno económico e três a quatro anos a assegurar retorno ambiental no que respeita à média de 25 países europeus analisados por um estudo da Escola de Ciências da Universidade do Minho (ECUM), em colaboração com o centro BC Materials, em Espanha.
Citados por um comunicado da instituição de ensino superior, os investigadores Carlos Costa, João Barbosa, Hélder Castro, Renato Gonçalves e Senentxu Lanceros-Méndez defendem que a investigação a publicar na edição de novembro da revista científica Renewable and Sustainable Energy Reviews prova que a “transição para o paradigma da mobilidade elétrica é vantajosa a nível económico e ambiental, através do forte apoio no crescimento da frota desses veículos e na descarbonização das fontes de energia”.
As realidades dos 25 países analisados são, porém, díspares, fruto das diferenças nos “apoios à aquisição de veículos elétricos”, nas “taxas de eletricidade e de combustível” ou na “capacidade de fornecimento de energia limpa e renovável”. Portugal, diz o comunicado da ECUM, ocupa “um dos melhores lugares da tabela”, com um “benefício económico logo no ano seguinte à compra”; se, por exemplo, alguém comprar um veículo elétrico em 2021 garante retorno financeiro logo em 2022.
Na Dinamarca e na Espanha, os benefícios surgem logo no momento da compra, já que “os veículos elétricos são mais baratos”. A Eslováquia, por seu turno, apresenta o pior resultado da amostra: naquele país do leste da Europa, são precisos 33 anos para se alcançar “retorno financeiro”.
Para obterem a amostra, os cientistas compararam as viaturas elétricas e as que têm motor de combustão interna “ao nível da viabilidade económica e do impacto ecológico na sua aquisição e utilização”. A equipa escolheu o Nissan Leaf para representar os veículos elétricos, enquanto um dos mais vendidos da Europa no ramo, e o Volkswagen Golf 1.0 TSI para o ramo da combustão interna.
Para Carlos Costa e Senentxu Lanceros-Méndez, o maior desafio do estudo foi “determinar os parâmetros principais para conseguir um modelo representativo e credível”: entre esses parâmetros, incluíram-se o Produto Interno Bruto (PIB), a mobilidade de passageiros per capita, os custos de eletricidade e combustível e os preços dos veículos.