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“Fazer de tudo para que a creche seja realidade em 2025”

Tiago Mendes Dias
Política \ segunda-feira, março 04, 2024
© Direitos reservados
O mecanismo para suprir a falta de creche e de lar é uma nova IPSS, Associação para o Desenvolvimento Intergeracional de Ponte. Autarca crê ainda que mais de 200 obras em 10 anos atestam progresso.

Sérgio Castro Rocha - Presidente da Junta de Freguesia de Ponte

Ao leme da vila mais populosa de Guimarães desde 2013, o presidente da Junta quer suprir a falta de creche e de lar, através da Associação para o Desenvolvimento Intergeracional de Ponte, IPSS constituída no início deste ano. Convencido de que as mais de 200 obras na última década atestam o progresso de uma freguesia antes esquecida, o autarca quer EN 101 como avenida urbana e vê como estruturante uma nova travessia do Ave, a ligar parques industriais de Ponte e Vila Nova de Sande.

 

Assume a Junta em 2013. Que diferenças encontramos na vila de Ponte 10 anos depois? O que resta fazer até à conclusão do terceiro e último mandato?

O balanço é extremamente positivo. Estamos a falar de uma vila que era amorfa, completamente esquecida no mapa concelhio. Costumava dizer que uma nuvem negra passou sobre Ponte durante vários anos. Em 10 anos, foi das freguesias ou vilas que mais cresceu no concelho. São muitas as realizações: requalificação da ponte de Campelos, ampliação do cemitério, parque inclusivo, requalificação de edifício da antiga escola para aquele que é o melhor edifício de Junta de Freguesia no concelho de Guimarães, largo da igreja. Fizemos mais de 200 obras. Requalificações de ruas foram mais de 40. Temos três previstas para este ano: rua Reitor Francisco José Ribeiro, rua Abílio Lopes das Neves e rua das Cortes.

 

Com uma localização central no concelho, Ponte é atravessada pela EN 101. Que alterações espera na mobilidade da vila com requalificação da EN, BRT ou via do Avepark?

Milhares de pessoas atravessam Ponte diariamente. O município tem o compromisso de transformar a EN 101 numa avenida urbana, com passeios, baías de estacionamento, ecovia e velocidade reduzida. Só se conseguiria transformar a EN 101 com uma solução para desviar parte do trânsito. Foi encontrada a via do Avepark, com rotunda no cruzamento do parque industrial. Mas essa requalificação de fundo não ficará concluída neste mandato, porque o processo da via do Avepark está parado. Um proprietário não anuiu ao valor que o município pretendia pagar e houve recurso ao tribunal.

 

Essa rotunda também serviria o parque industrial, área que concentra maioria da atividade económica de Ponte. Há ali espaço para se criar mais valor?

A rotunda é um compromisso com mais de três décadas. E afeta a segurança. Um camião que sai do parque industrial e tenha de virar para as Taipas pode estar ali parado meia hora. No mandato anterior, requalificámos pavimentações e criámos o único parque de estacionamento para pesados no concelho. Na revisão do PDM, está prevista a ampliação do parque, na zona da rua das Cortes, onde poderão ser instaladas diversas empresas. Tem‐se falado de uma ligação do parque industrial de Ponte ao de Vila Nova de Sande. Existe um estudo. O trajeto atravessaria o rio por Pouve e iria ter à parte traseira do parque de Vila Nova. É estruturante.

 

Como vê a oferta de habitação em Ponte? Os novos fogos junto ao parque da Ínsua traduzem maior procura?

Fazendo fé no jornal Reflexo, numa notícia de há três anos, estariam a ser construídas cerca de 200 frações. Estamos a falar de um investimento superior a 25 milhões de euros. Durante anos, com exceção de casas unifamiliares, pouca ou nenhuma construção havia. De um momento para o outro, houve um boom. Há uma coisa com que fico satisfeito: Ponte é das poucas freguesias do concelho que não perdeu população. 

 

A Junta tem uma Loja Social para apoio à população mais vulnerável. Qual o seu impacto? 

O primeiro projeto que implementámos foi a Loja Social. Foi inaugurada em janeiro de 2014. Não existiam apoios à comunidade, seja em alimentos, seja no pagamento de água, luz, medicamentos, gás. Uma condição sine qua non para integrar a Junta era não receber um cêntimo. Somos a única freguesia de Portugal que, em três mandatos consecutivos, todos os membros do executivo prescindiram da comparticipação a que têm direito, com mais de 100 mil euros doados em 10 anos. Temos ainda o projeto Junta Amiga, de pequenas reparações nas casas dos seniores mais vulneráveis: a substituição de uma torneira ou de uma lâmpada.


Mas há valências sociais que não existem em Ponte. A creche, por exemplo.

Há duas valências que a vila de Ponte ainda não tem: creche e lar de idosos. Há mais do que uma IPSS em Ponte, com ATL e centro de dia. Como não encontrei uma IPSS nestes 10 anos para avançar para creche e lar de idosos, entendi, com diversas pessoas da vila, constituir uma associação no início deste ano. É a ADIP (Associação para o Desenvolvimento Intergeracional de Ponte). Terá como exclusivas finalidades a creche e a construção de um lar. Estou a fazer de tudo para que a creche seja realidade em 2025. Ficará no edifício da Junta.

 

Como vê as críticas de adversários políticos, apontando‐lhe o dedo por intervenções que não se veem noutras freguesias ou até na cidade, como a do parque inclusivo?

Fui habituado a fazer muito com pouco. Há freguesias e vilas do concelho habituadas a fazer pouco com muito. Se olharmos para o investimento do município, Ponte está no 11.º lugar entre 48 freguesias. Quando me falam do parque inclusivo, estamos a falar de palmeiras que custam menos do que oliveiras. Falar que se gasta milhares de euros em água não corresponde à verdade. Se sou criticado, é sinal de que estou a fazer bem. Se passasse despercebido, é porque não acontecia nada. 

 

Que legado gostaria de deixar a quem se segue, após mandatos marcados por várias intervenções, aos quais se associava o slogan "Ponte não para"?

Essa mentalidade associada ao slogan "Ponte não para" foi assimilada pela população. Quem vier a seguir não pode parar. A população está muito exigente. Se o meu sucessor tentar baixar a bitola, não vai ter hipótese.

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