
Festival de Canto Lírico regressa com tetralogia “Corpo e Poder"
Está de volta o Festival de Canto Lírico de Guimarães, um projeto que nasceu como celebração da música, da voz e da lírica operática e se afirma como um roteiro bienal dedicado à ópera contemporânea. Em parceria estratégica entre a Associação Artística Vimaranense, a Associação Setúbal Voz, a Câmara Municipal de Guimarães e Setúbal, a Orquestra do Norte e Oficina, o festival oferece a Guimarães um percurso artístico único em Portugal, com obras escritas e compostas de forma original e exclusiva para este contexto.
Apresentada hoje, no Centro Cultural Vila Flor, a 7.ª edição do festival marca o início do ciclo bienal intitulado “O Corpo e o Poder – O Artifício Operático como Processo Analítico”, que pretende explorar a ópera enquanto forma artística plena e reflexiva. A grande novidade deste ano é a estreia de uma ópera especialmente criada para bebés, uma aposta inédita na democratização da ópera e na criação de novos públicos.
@Associação Setúbal Voz
O ciclo da tetralogia inicia-se a 21 de junho de 2025, pelas 21h30, no Auditório Francisca Abreu, com a estreia da ópera “Leonor e Benjamim”. A segunda peça, “Agustinópolis”, será apresentada no mesmo local a 22 de novembro de 2025, seguida de “Eu Sou Alma”, no dia 21 de março e “Prisciliano”, a 19 de dezembro de 2026, no Centro Cultural Vila Flor.
O encenador e diretor artístico Jorge Salgueiro fez questão de realçar o enorme desafio de criar obras complexas com orçamentos muito limitados e ressaltou o caráter contemporâneo das obras apresentadas: “A tetralogia ‘Corpo e Poder’ não se limita a representar histórias, mas sim a transpor e transformar realidades em experiências artísticas que desafiam o público a pensar sobre opressão, identidade e resistência.”
O maestro Fernando Marinho, responsável pela Orquestra do Norte, reforçou também a resiliência do projeto ao longo destes sete anos. “Enfrentámos muitas dúvidas sobre a continuidade, mas a força das instituições parceiras e o compromisso artístico permitiram que o festival se consolidasse”, afirmou, destacando ainda a importância vital do apoio da Câmara Municipal, sem o qual seria impossível manter a regularidade das produções operáticas, dada a exigência orquestral e técnica do evento.
Paulo Silva, vereador da cultura da Câmara Municipal de Guimarães, reforçou a relevância do apoio institucional para garantir a viabilidade do festival e o seu impacto cultural, salientando que o financiamento da Direção-Geral das Artes é fundamental para alcançar a atual dimensão do projeto.
Com esta programação, o Festival de Canto Lírico de Guimarães consolida-se como uma referência cultural e uma plataforma importante para a ópera contemporânea em Portugal, oferecendo ao público uma experiência artística relevante e de qualidade.