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Franco ganha–lhe o gosto e eleva a história em tons verde da esperança

Redação
Desporto \ sábado, maio 18, 2024
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O golaço do médio selou o 2‐1 na receção ao Estoril Praia e embalou o Moreirense para a melhor pontuação de uma história com 13 participações na elite do futebol.

Passo a passo, o Moreirense escreveu um capítulo dourado da sua história entre 23 de julho de 2023 e 18 de maio de 2024. Regressada da Segunda Liga, com um treinador também ele oriundo da Segunda Liga – Rui Borges estava no Mafra –, a equipa da vila industrial do concelho de Guimarães superou o início de campeonato difícil e ergueu uma defesa de betão, sem deixar de mostrar elasticidade no meio‐campo e faro de golo nas chegadas à área contrária.

Este Moreirense cumpriu 10 jornadas seguidas sem derrotas, completou 16 jogos sem sofrer golos, assegurou matematicamente a permanência ainda no segundo terço do campeonato, fechou o (justo) sexto lugar no fim de semana anterior, com o pontapé fulminante de Gonçalo Franco a selar o triunfo perante o Casa Pia, e consumou o recorde de pontos na elite do futebol nacional este sábado, pelo mesmo protagonista, embora com o outro pé. O marcador do Comendador Joaquim de Almeida Freitas assinalava 66 minutos e tudo estava em aberto, quando o médio de 23 anos cavalga relvado fora e dispara ao ângulo superior direito da baliza de Dani Figueira.

Mais do que o 2‐1 perante o Estoril Praia, o golo ditava o quarto triunfo consecutivo a fechar a época e o pecúlio de 55 pontos. Estava quebrado o recorde de 52 pontos, fixado na época 2018/19, com Ivo Vieira ao leme. Aquele vistoso pontapé fechou com chave de ouro uma temporada em que o equilíbrio, nas palavras de Rui Borges, norteou 10 meses de trabalho.

O Moreirense apresentou-se para o derradeiro encontro da temporada com os alicerces que fizeram da equipa a quarta melhor defesa do campeonato e um ataque remodelado, com margem para Antonisse, Luis Asué e Vinicius Mingotti deambularem entre si e acumularem tempo de utilização. Coube precisamente ao último nome desse trio colorir o marcador bem cedo: Vinicius Mingotti viu-se com imenso espaço no seio da defesa canarinha e limitou-se a desviar para o fundo das redes quando servido por Antonisse.

O brasileiro estreava‐se a marcar com a camisola verde e branca ao xadrez, decorridos cinco minutos de um jogo com uma sucessão de ataques de um lado e de outro, embora sem intensidade nem agressividade, do relvado… às bancadas: por volta do quarto de hora, as cinco dezenas de adeptos canarinhos começaram a gritar “Moreira”, e os apaniguados cónegos ripostaram “Estoril”, honrando a amizade que une as duas massas associativas.

O perigo, esse, foi rondando as balizas, com Marqués e Basso a ameaçarem para a turma de Cascais e Vinicius Mingotti a tentarem o bis num remate cruzado. Ao intervalo, Vasco Seabra sentiu que precisava de algo diferente para mudar o rumo dos acontecimentos e colocou João Carlos no eixo do ataque, por troca com Wagner Pina. Foi uma aposta em cheio: o avançado demorou quatro minutos a cabecear para o fundo das redes, num lance que começou com uma perda de bola de Frimpong, na hora de sair em construção.

Com o marcador de novo igualado, as equipas mantiveram‐se em busca do golo. O Estoril apareceu mais vezes no meio‐campo adversário, mas o Moreirense foi mais certeiro, graças à crença, à potência e à qualidade de Gonçalo Franco a inclinar novamente o marcador para o lado cónego.

O jogo ficou mais ainda mais vivo, com os canarinhos sempre de olhos na baliza, como se viu ao minuto 75, com o remate de Rodrigo Gomes à trave. A defesa cónega teve de suportar alguns calafrios, mas, tal como foi norma ao longo da época, superou‐os. E, mais do que isso, a formação de verde e branco ao xadrez esteve ainda perto de marcar pela terceira vez, por Gonçalo Franco – estava de pé quente a disparar de longe –, e por Rodrigo Macedo, que teve minutos após época de parca utilização. Ainda assim, a ineficácia nessa ponta final em nada estragou a festa, os abraços, a comunhão entre todos os que representaram o verde da esperança e o branco da pureza na temporada 2023/24; jogadores, equipa técnica, adeptos.

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