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Fundação Gramaxo homenageia Nuno Simões, figura com laços a Guimarães

Sofia Rodrigues
Sociedade \ terça-feira, agosto 05, 2025
© Direitos reservados
Concerto evocativo marcou os 50 anos da morte de Nuno Simões, advogado, político e publicista, na Fundação Gramaxo de Oliveira, com "Música nos Jardins" e intervenções culturais.

A Fundação Gramaxo de Oliveira assinalou, no passado dia 27 de julho, os cinquenta anos da morte de Nuno Simões com uma cerimónia evocativa inserida no ciclo "Música nos Jardins". O evento contou com um concerto do Quarteto de Cordas Portuscale e diversas intervenções culturais e históricas.

O presidente da Fundação, Afonso de Barros Queiroz, abriu a sessão dando as boas-vindas a cerca de uma centena de convidados. Sublinhou a missão da instituição. "A Fundação Gramaxo de Oliveira é uma instituição que tem por objetivo o apoio a pessoas idosas na área da cultura, que é o que mais faz falta. Os pobres são pobres porque não têm cultura; se tivessem cultura, eram menos pobres.", proferiu Afonso Queiroz.

A programação musical incluiu a interpretação do Opus 95 de Beethoven e do Quarteto Americano de Dvořák. luthier Miguel Mateus apresentou o Quarteto, e José Luís Postiga, professor da Universidade de Aveiro, falou sobre o contexto das obras executadas, reforçando o ambiente de introspeção e homenagem.

Durante a cerimónia, o percurso de Nuno Simões foi recordado como exemplo de cidadania ativa e cultura humanista. "Um dos propósitos da Instituição é manter viva a memória dos que dignificaram a terra onde nasceram e o país que serviram", referiu Afonso de Barros Queiroz.

De recordar que Nuno Simões (1894–1975), natural de Calendário, Famalicão, foi um democrata advogado, deputado e ministro da Primeira República, tendo sido afastado compulsivamente de funções públicas pelo regime do Estado Novo em 1935. Autor de várias obras sobre economia, cultura e relações luso-brasileiras, foi também fundador e colaborador de diversos jornais e revistas nacionais e internacionais.

Figura destacada do luso-brasileirismo, estabeleceu pontes culturais entre os dois países e foi sócio correspondente da Academia Brasileira de Letras. Recusou o convite de Salazar para ser embaixador no Brasil, mantendo sempre uma postura crítica e independente.

"O Dr. Nuno Simões foi sempre um homem generoso e um dos seus últimos atos de verdadeira solidariedade e de preocupação com os menos favorecidos, foi o de entregar verbas “generosas” nas cidades que mais amava: Famalicão, Guimarães e Vila Real, que custeassem instituições de carácter social, nomeadamente o Infantário Nuno Simões em Guimarães e o Centro Social e Cultural Dr. Nuno Simões, em Vila Nova de Famalicão.", finaliza o comunicado enviado pela Fundação Gramaxo de Oliveira.

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