Futuro das instalações da CESPU e da Modatex discutido em reunião de Câmara
Na reunião da Câmara Municipal de Guimarães, realizada a 10 de novembro, o vereador da oposição, Ricardo Costa, trouxe para discussão o futuro das instalações da CESPU e da Modatex, na sequência do fim do contrato de arrendamento da última com o Vitória Sport Club, e da decisão de instalar temporariamente a CESPU nesse mesmo espaço, no Estádio D. Afonso Henriques.
O vereador do Partido Socialista, manifestou preocupação com a saída da Modatex, sublinhando que a sua presença em Guimarães "custou muito a conquistar" e que o centro tem tido um papel fundamental na formação profissional e técnica de trabalhadores do setor têxtil, do vestuário e do design.
Costa referiu que "a Modatex terminou o seu contrato de arrendamento a 31 de outubro" e que, até ao momento, "não existe ainda uma solução concreta para a sua permanência em Guimarães". O socialista afirmou que esperava uma "maior pró-atividade do executivo" para assegurar a continuidade do centro no concelho, defendendo que "o município deve procurar a Modatex, compreender as suas necessidades e encontrar uma resposta que permita mantê-la a funcionar em Guimarães".
O vereador abordou ainda o caso da CESPU, defendendo que a instalação temporária nas antigas instalações da Modatex deve ser acompanhada por uma estratégia de longo prazo. Para o PS, a solução ideal seria "instalar a CESPU no AvePark", aproveitando o potencial do polo tecnológico e científico, que já acolhe entidades de investigação na área da saúde, como o Instituto 3B’s, o Instituto da Cidade de Guimarães e a spin-off Hidromedical.
"Devemos pensar a CESPU como parte de um cluster da saúde em Guimarães. O AvePark é o espaço certo para consolidar esse ecossistema", afirmou Ricardo Costa, acrescentando que "a instalação definitiva da CESPU no AvePark seria a cereja no topo do bolo" para reforçar o posicionamento do concelho nas áreas da inovação e da investigação biomédica.
Sobre este assunto, Ricardo Araújo, presidente da Câmara Municipal de Guiamarães, esclareceu que "o que esteve em discussão não foi uma nova decisão sobre localizações, mas apenas a aprovação de um aditamento a um protocolo já existente entre a Câmara, a CESPU e a ULS do Ave".
O autarca explicou que o protocolo inicial previa a instalação da CESPU no antigo Seminário do Verbo Divino, "onde se perspetiva a criação de condições adequadas para acolher cursos ligados à saúde". Contudo, como as obras necessárias ainda não foram realizadas, o executivo anterior aprovou uma solução temporária: a utilização das instalações do Vitória Sport Club, anteriormente ocupadas pela Modatex.
"Não há nada de novo nesta decisão", afirmou Araújo, sublinhando que se trata de "dar continuidade a um compromisso já assumido". O presidente destacou que "o essencial é garantir que os cursos de saúde e gestão da saúde se iniciem em Guimarães com a maior brevidade possível".
Questionado sobre a hipótese de rever o protocolo e transferir a CESPU para o AvePark, Araújo admitiu que essa possibilidade poderá ser avaliada "caso surjam novos dados que o justifiquem", mas defendeu que "as decisões devem respeitar os compromissos formais existentes entre as três entidades envolvidas".
Quanto à Modatex, o presidente confirmou que "a instituição terminou o contrato de arrendamento no final de outubro" e assegurou que "a Câmara está disponível para encontrar uma solução que permita a sua continuidade em Guimarães". "Já tenho uma reunião agendada com o diretor do Instituto de Emprego, dado tratar-se de um centro de formação profissional. A relação será direta entre o município e a Modatex", garantiu.