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Guimabus: oposição pede passe de rede. É preciso simplificar, admite Câmara

Tiago Mendes Dias
Política \ quinta-feira, março 07, 2024
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Coligação Juntos por Guimarães pede alargamento dos mecanismos de gratuitidade e facilidade de circulação em transporte público. Câmara quer apresentar proposta de simplificação até fim de março.

Pese a “evolução positiva” na utilização de transportes públicos em Guimarães, dois anos depois da entrada em vigor da concessão da Autoridade Municipal de Transportes à Guimabus, é preciso facilitar a circulação dos passageiros pelo concelho, defendeu Ricardo Araújo, vereador da coligação Juntos por Guimarães, durante a reunião de Câmara de 29 de fevereiro. A seu ver, “é fundamental” criar um passe de rede, substituindo os atuais passes, apenas válidos para zonas predefinidas no seio do território vimaranense.

“As pessoas têm de circular livremente no concelho, de acordo com as suas necessidades, independentemente do operador. Tem de haver essa simplificação e facilidade de acesso ao transporte público”, vincou, também em referência à articulação entre a Guimabus e a Ave Mobilidade, responsável pelos transportes públicos da Comunidade Intermunicipal do Ave.

O presidente da Comissão Política Concelhia do PSD deu o exemplo dos estudantes até aos 18 anos, com passes gratuitos para o trajeto casa-escola-casa, mas impossibilitados de acederem ao serviço para outros trajetos. “É injustificável que os jovens de Guimarães, ao arrepio da orientação do Governo, não possam ter acesso generalizado e gratuito ao transporte público. Neste momento, só existe gratuitidade do acesso de escola para casa. É preciso gratuitidade para os jovens dentro do perímetro municipal poderem usar os transportes públicos nas suas necessidades diárias”, referiu.

A população com mais de 65 anos está igualmente sujeita a essas limitações, assim como a população adulta, que dispõe de uma comparticipação de 60% para o valor mensal do passe, ao abrigo do Programa de Apoio à Redução Tarifária (PART). A multiplicidade de apoios é outro assunto que, a seu ver, merece revisão.

Além da gratuitidade para segmentos alvo da população, “é preciso simplificar” o acesso aos apoios previstos, garantir uma lógica de complementaridade entre a Guimabus e a Ave Mobilidade, evitando-se, tanto quanto possível, a sobreposição de percursos, e alargar a cobertura da Guimabus, nomeadamente nas áreas de Ronfe, das Taipas e de Arosa ou Castelões. “Há outras zonas que, apesar de cobertas, não têm aquilo que é necessário para os cidadãos se sentirem confortáveis a adotar o transporte público. Temos de alargar a frequência, com horários noturnos e fins de semana”, frisou.

 

Criar “condições técnicas e jurídicas” para tarifário mais simples e passe de rede

Segundo a edição de 29 de fevereiro do Jornal de Notícias, a Guimabus encerrou 2023 com um somatório de 4,7 milhões de passageiros, mais 400 mil do que em 2022, e percorreu mais 172 mil quilómetros para além dos 3,8 milhões contratualizados para o ano passado. Vereadora com o pelouro da mobilidade e transportes, Sofia Ferreira defendeu que a concessão “significou uma melhoria significativa da oferta de transporte público de Guimarães”, também refletida no número de viaturas elétricas – eram 22 e agora são 29. Realçou também que a Câmara tem ido “além daquilo que legalmente lhe é imposto”, embora queira ainda mais.

Convencida de que o transporte a pedido, com entrada prevista em vigor no segundo semestre, vai melhorar a oferta aos fins de semana e à noite, bem como a cobertura em Polvoreira e em Pencelo, Sofia Ferreira assume o diálogo com a Guimabus e a Junta de Freguesia de Ronfe para a melhoria da oferta naquela área do concelho e reconhece a necessidade de se simplificarem processos, de se reduzirem tarifários, tanto quanto possível, e de se criar um desejado passe de rede. A autarquia espera apresentar uma proposta nesse sentido até ao final de março, na sequência do estudo técnico e jurídico em curso.

"Queremos construir as condições técnicas e jurídicas necessárias que nos permitam criar um tarifário mais simples e um passe de rede", disse. “Esperemos, até ao final do mês de março, trazer uma avaliação da análise da nova concessão, volvidos estes dois anos de operação, e apresentar o novo tarifário em que estamos a trabalhar”, completou.

A vereadora recusa ainda que a Ave Mobilidade e a Guimabus estejam em concorrência, num cenário em que os passes de uma empresa são válidos para a outra, mas os bilhetes individuais não. As redes foram desenhadas por ambas as autoridades de transporte, “numa perspetiva de complementaridade”, e as empresas concorrentes às concessões tiveram acesso a toda a informação em curso. “Não há sobreposição. O desenho de rede foi feito em complementaridade. Mas temos feito ajustamentos”, referiu.

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